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Barroso diz que julgamento do golpe acirrou polaridade política no país

Ministro, que se despede da presidência do STF, afirmou que julgamentos do 8 de janeiro e da trama golpista dificultaram a criação de um ambiente de pacificação

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Foto: Gustavo Moreno/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse, nesta sexta-feira (26/9), que os julgamentos que envolvem os atos violentos de 8 de janeiro de 2023 — que culminaram na depredação dos prédios dos Três Poderes — e a tentativa de golpe de Estado acirraram a polarização política no país. Em conversa com jornalistas nesta manhã, o magistrado afirmou, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que “quem teme ser preso está querendo briga e não pacificação”. 

“Eu tinha muita vontade de fazer isso e achava que seria possível, mas os julgamentos do 8 de janeiro — o volume, que foi grande, que demorou — e o julgamento do golpe dificultaram muito criar esse ambiente de pacificação total, porque quem teme ser preso está querendo briga e não pacificação. Então, eu diria que a minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação”, disse.

Barroso deixa a presidência do STF para que o cargo seja assumido pelo ministro Edson Fachin, na segunda-feira (29), para a gestão do biênio 2025-2027.  No encontro, ele também comentou sobre as sanções governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras

Nesta semana, em nova etapa das represálias ao país devido a punições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram revogados os vistos de entrada do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de outras seis pessoas. A gestão Trump ainda sancionou a advogada Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro do STF Alexandre de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky.

Segundo Barroso, há uma “incompreensão” sobre o que acontece de fato no Brasil. 

“Nós fomos ao público para tentar desfazer a narrativa que prevaleceu, porque a minha impressão é que prevaleceu, para as autoridades americanas, a narrativa dos que perderam, que tentaram dar um golpe. Eu acho que os fatos, a verdade dos fatos, vêm antes da ideologia. O governo americano pode ter diferenças com o brasileiro. Faz parte da vida, da geopolítica internacional, desde sempre. Claramente há uma incompreensão do que acontece no Brasil”, disse Barroso.

O magistrado declarou que não esperava a escalada das retaliações do presidente dos EUA, Donald Trump. 

“Quando veio a primeira sanção — que foi a tarifa de 50% — eu estava nos Estados Unidos, em Boston. Eu fiz a primeira nota para dizer que aquilo era produto de uma compreensão equivocada do que havia acontecido no Brasil. Mas preciso dizer que nunca me passou pela cabeça que pudesse vir uma coisa como a (Lei) Magnitsky. Foi uma sanção que elevava o padrão superior de aplicação da lei, como foi dito pelo próprio responsável pela aprovação da lei”, acrescentou.

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