Bolsonaro é alvo de operação da PF nesta sexta
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Alvo da PF, Bolsonaro vai usar tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes

Mandados autorizados pelo STF atingem o ex-presidente, que também terá restrições judiciais severas

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Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Gustavo Moreno/STF

A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília, para cumprir dois mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os agentes da PF estão na residência de Bolsonaro e também em outros endereços relacionados ao Partido Liberal (PL), sigla à qual o ex-presidente é filiado. As informações foram divulgadas pela TV Globo.

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Além do cumprimento dos mandados, o STF impôs uma série de medidas cautelares. Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar as redes sociais, e deverá cumprir recolhimento domiciliar diário entre 19h e 7h. Também não poderá se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, nem com outros réus ou investigados em processos no STF.

Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Ton Molina/STF

Defesa do ex-presidente repudia medidas cautelares

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em nota, que recebeu com surpresa e indignação a imposição das medidas cautelares. Os advogados asseguraram que irão se manifestar formalmente após terem acesso completo à decisão.

“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”, diz a nota.

Na última terça-feira (15), a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação de Jair Bolsonaro e de outros sete ex-integrantes do seu governo. O motivo seria a articulação de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, que deram vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O grupo é acusado de planejar ações para anular o resultado eleitoral e impedir a posse do presidente eleito. A denúncia apresentada pela PGR representa um avanço no processo judicial contra o ex-presidente e seus aliados mais próximos.

Aliados e opositores se manifestam

A ação da PF gerou reações imediatas entre parlamentares. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, classificou a operação como uma “tentativa desesperada de censura”. “Não há crime, não há condenação, não há prova. Enquanto corruptos são soltos, um ex-presidente é vigiado como bandido”, afirmou.

Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) considerou a ação uma “perseguição implacável”, mencionando que a ofensiva teria ocorrido um dia após a publicação da carta de apoio do ex-presidente americano Donald Trump a Bolsonaro.

Por outro lado, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, defendeu as restrições e disse que o uso da tornozeleira “é uma medida fundamental para impedir que ele fuja do Brasil”.