Bolsonaro se diz inocente e alerta sobre Eduardo: “Se voltar, está preso”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se defender publicamente nesta quinta-feira (17) após o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) que reforça o pedido por sua condenação por tentativa de golpe. Em coletiva no Senado, Bolsonaro alegou ser “inocente” e criticou o andamento do processo.

A PGR sustenta que o ex-presidente deve ser responsabilizado por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Se condenado, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão.

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Por que Bolsonaro quer que Eduardo permaneça nos EUA?

Durante a coletiva, Bolsonaro abordou também a situação do filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado que vive atualmente nos Estados Unidos. O ex-presidente afirmou que o retorno de Eduardo ao Brasil pode resultar em prisão.

“Se Eduardo vier para cá, ele está preso. Ou não está? Pelo que eu sei, ele não vem pra cá. Vai ser preso no aeroporto”, declarou.

O mandato de Eduardo está em risco caso ele continue ausente das sessões da Câmara. A licença parlamentar vence neste domingo (20) e, se faltar a um terço das sessões, poderá perder o cargo. Apesar das declarações, não há ordem de prisão vigente contra o deputado.

O que Bolsonaro falou sobre a tarifa imposta por Trump?

Bolsonaro também comentou o anúncio feito por Donald Trump de uma tarifa adicional de 50% contra produtos brasileiros. O presidente norte-americano mencionou perseguição a Bolsonaro como justificativa para o aumento. Para o brasileiro, a medida não representa ameaça à soberania nacional.

“Vamos supor que Trump queira anistia. É muito? É muito, se ele pedir isso aí? A anistia é algo privativo do parlamento. Não tem que ninguém ficar ameaçando tornar inconstitucional”, disse ele, criticando ainda o governo brasileiro por sua condução das negociações com a Casa Branca.

Como está a relação entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio?

A tensão entre Eduardo Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi mencionada. Eduardo criticou o governador por buscar apoio diplomático nos EUA, chamando a atitude de “subserviência às elites”.

Bolsonaro, por sua vez, tentou amenizar o atrito: “Louvo Tarcísio por tentar negociar. Mas uma pessoa apenas não é suficiente. Tá na cara que ele [Trump] não vai ceder”, afirmou.