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Brasil

Cacique Raoni viaja à Europa para denunciar ameaças à Amazônia

O líder caiapó pretende arrecadar fundos para proteger reserva do Xingu e povos que nela habitam

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O líder caiapó pretende arrecadar fundos para proteger reserva do Xingu e povos que nela habitam (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O líder indígena brasileiro Raoni Metuktire chegou à Paris, no último domingo, para dar início a uma viagem de três semanas pela Europa com o objetivo de denunciar ameaças à Amazônia. A agenda do cacique inclui encontros com chefes de Estado e celebridades, além de uma reunião com o Papa Francisco.

Líder da etnia caiapó, o cacique de 87 anos ganhou visibilidade internacional nas últimas décadas, devido a sua luta pela preservação dos povos indígenas e da Amazônia. Ele tentará arrecadar um milhão de euros para proteger, de madeireiros e do agronegócio, o Parque Nacional Indígena do Xingu, reserva onde vivem vários povos indígenas. Raoni viajou acompanhado de outros três líderes indígenas que vivem no Xingu.

Na França, Raoni se reunirá com o presidente Emmanuel Macron e seu ministro do Meio Ambiente, François de Rugy. As lideranças indígenas seguem então para Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Mônaco e Itália. A viagem do cacique ocorre num momento de apreensão para os povos indígenas no Brasil devido a medidas adotadas ou anunciadas pelo governo do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL).

Em abril, Bolsonaro afirmou que propôs ao presidente estadunidense, Donald Trump, a abertura da exploração da região amazônica em parceria com os Estados Unidos. O presidente criticou também o que chama de “indústria” de demarcação de terras indígenas, que inviabilizaria projetos de desenvolvimento da Amazônia, e afirmou que pretende rever demarcações. O governo também defendeu a possibilidade de ampliar atividades de mineração e agropecuária em terras indígenas.

Segundo a Foret Vierge, organização que Raoni preside de forma honorária, os fundos arrecadados serão usados para sinalizar melhor os limites da reserva do Xingu, além de serem utilizados para comprar drones e equipamentos para vigiar a região e protegê-la contra incêndios. Além disso, algumas comunidades no Xingu necessitam de recursos para saúde, educação e conhecimento técnicos para a extração e comercialização de produtos renováveis obtidos na floresta.

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