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Caso Mari Ferrer: Estupro culposo e revolta na internet, entenda em detalhes

Promotor alegou que não havia como o empresário saber que a jovem não consentiu a relação

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Reprodução: Instagram

Reprodução: Instagram

O caso Mariana Ferrer ganhou mais um capítulo na manhã desta terça-feira, 3, depois de o The Intercept Brasil ter acesso a excrescência jurídica que em setembro deste ano absolveu André Camargo de Aranha da acusação de estupro de Mariana Ferrer. Camargo é acusado de estuprar a jovem promoter em uma festa em 2018.

O promotor Thiago Carriço de Oliveira afirmou que não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que Mari não estava em condições de consentir a relação, não existindo assim a intenção de estuprar.  Carriço classificou o estupro como “culposo”, crime que não está previsto na lei brasileira. Desta forma, o empresário conseguiu absolvição do caso. Além da decisão, o site teve acesso ao vídeo do julgamento.

Durante a audiência, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, responsável pela defesa do empresário, mostrou várias fotos de Mariana e definiu as imagens como “ginecológicas”. Em nenhum momento ele chegou a ser questionado por membros do Tribunal de Justiça catarinense sobre a relação das fotos com o caso.

Gastão também disse que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Bastante incomodada, a influencer respondeu dizendo que está de roupa nas fotos e que elas “não têm nada demais”. A jovem ainda argumentou: “A pessoa que é virgem, ela não é freira não, doutor. A gente está no ano 2020”.

O advogado continuou atacando Mariana. “Só aparece essa sua carinha chorando. Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”.

Depois dessas falas, um dos membros do Tribunal de Justiça percebeu que Mariana chorava muito e perguntou se ela queria sair um pouco para se recompor. Apesar de estar claramente emocionada, Ferrer responde as alegações. “Eu gostaria de respeito, doutor. Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada gente, pelo amor de Deus. Eu sou uma pessoa ilibada. Nunca cometi crime contra ninguém.”

A OAB de Santa Catarina e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos solicitaram esclarecimentos ao advogado e ao TJ de Santa Catarina sobre a sua conduta durante o interrogatório.

Depois da repercussão do vídeo da audiência, houve uma revolta muito grande nas redes sociais com o desfecho do caso e com a conduta do advogado de defesa. A hashtag “#justicapormarierrer” voltou ao trend topics do Twitter.

 

https://twitter.com/aaninhaa219/status/1323658073010044929

https://twitter.com/hopxgguk/status/1323656240917106688

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