Brasil
Desigualdade salarial entre homens e mulheres cresce no Brasil
Nos últimos dois anos do levantamento, a diferença no salário de homens e mulheres diminuiu
Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2023, mostram que os homens recebiam um salário médio de 15,8% maior que o das mulheres. Segundo o levantamento Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, enquanto a remuneração dos homens era de R$ 3.993,26, a delas era de R$ 3.449,00, uma diferença de R$ 544,26 por mês, o que representava 86,4% da remuneração dos homens.
Nos últimos dois anos do levantamento, a diferença no salário de homens e mulheres diminuiu, uma vez que, em 2022, eles ganhavam 17% a mais.
Ao analisar as atividades econômicas, o IBGE apontou que um quinto delas trabalha na administração pública, defesa e seguridade social. Na sequência aparecem os segmentos do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas e saúde humana e serviços sociais.
O IBGE aponta que os homens trabalham, em sua maioria, na indústria da transformação, no comércio, na reparação de veículos automotores, administração pública e defesa e seguridade social. Já entre as mulheres, a maioria trabalha na administração pública.
Para falar sobre o assunto, nós conversamos com a psicóloga financeira Luciana Cardoso, que trabalha a relação entre mulher e dinheiro, e foi questionada sobre quais os fatores que ainda mantém essa desigualdade salarial.
“A cultura, o lugar do sucesso, ele não é da mulher. O lugar do dinheiro, não é da mulher. A nossa cultura estimula e espera que o lugar de sucesso seja o lugar do homem. Nós aprendemos isso desde criança. Quando a menina é criança, o lugar da liderança, do ir para a vida, ele não é um lugar feminino. Os cargos das mulheres ainda são pertencentes a cargos de menores hierarquias. Então, os homens ficam com as maiores hierarquias, e a mulher ainda ocupa pouca presença nesse lugar. Elas ficam com setores e ocupações de menores salários ou salários medianos”, explica.
“E o terceiro e mais cruel é o ponto da maternidade. A maternidade ainda é vista como algo ruim. Elas são penalizadas nos cargos, na carreira, nos salários, devido ao fato da maternidade”, completa a especialista.