Dia Mundial da Arte: Lincoln Lima destaca papel da arte na saúde mental

Seja para preservar a história da humanidade nas cavernas, preencher museus, promover críticas ou simplesmente ser um alento para os olhos, fato é que os artistas  tem atuação fundamental na sociedade e por isso ganharam um dia para celebrar: 25 de outubro, dia Mundial da Arte, criado para promover a conscientização da atividade criativa ao redor do mundo.

Entretanto, entre todos os benefícios das artes, ela vem se destacando pelo papel na promoção à saúde, como defende o artista e tatuador Lincoln Lima, que tem a pintura e o desenho como ferramentas de cura antes mesmo dela se tornar sua profissão. Desde a infância, ele usava os desenhos como uma forma de se aliviar das tensões cotidianas. “As pinturas e os desenhos se tornaram uma válvula de escape, para sublimar o que sentia e não compreendia. Foi a única forma que encontrei de me sentir vivo e dar um sentido para minha vida. Hoje levo essa sensibilidade para minhas obras e meus atendimentos”, pontua.

Essa forma como o artista se envolve com a arte tem nome: arteterapia. Definida como a área que utiliza recursos artísticos com finalidade terapêutica, ela pode ser utilizada em tratamentos complementares para depressão e ansiedade — que crescem 25% após a pandemia, de acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na arteterapia por meio da pintura, caso de Lincoln, o contato com as tintas, pincel e tela branca, são um convite para limpar a mente e desacelerar. “É uma ferramenta de desenvolvimento pessoal, sendo possível não apenas se desestressar por meio dela, como refletir acerca dos próprios sentimentos e vivências, é um veículo de expressão do interno para o externo e o contrário também”, define o pintor e tatuador Lincoln Lima.

De acordo com o artista, não é necessário ser um profissional para sentir os benefícios da arte na saúde mental. “Desde que você coloque sua alma, tanto importa se essa pintura será feita em telas, nos muros das ruas ou mesmo na pele de alguém. A arte representa aquilo que a alma diz sobre cada indivíduo. Por isso ela é tão poderosa para os tratamentos da mente”, pontua.

Apreciar a arte também pode ser uma forma de melhorar a saúde mental. Isso porque de acordo com o que sugere o estudo da Universidade de Londres, publicado na revista médica British Medical Journal (BMJ), pessoas que se expõem à arte têm 31% menos chances de morrer cedo. O estudo analisou 6 mil adultos acima de 50 anos, durante 12 anos.

“A arte é um veículo de expressão. Mesmo quando a sociedade não está a par de seus próprios sentimentos — como acontece agora, as pessoas não falam sobre eles — sempre por trás disso há pessoas que provocam grandes reflexões, pensadores, pessoas que estão querendo sair desse ciclo, que não raramente são os artistas, os pintores e outros. Por meio das obras, é possível também resgatar e curar”, defende Lincoln Lima.