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Direção mais segura pode prevenir doenças ortopédicas graves

Na Semana Nacional de Trânsito, INTO alerta para a lenta recuperação de acidentados com moto

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Direção mais segura pode prevenir doenças ortopédicas graves

Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) revelam que motociclistas apresentam um tempo de internação quase duas vezes maior do que os condutores de automóveis, chegando a permanecer no leito, em média, 22 dias.

As informações fazem parte de um mapeamento do INTO, iniciado em janeiro deste ano, que tem como finalidade identificar os principais tipos de acidente e as consequentes lesões ortopédicas e sequelas causadas por eles.

“As vítimas de acidentes de trânsito são, em geral, pacientes complexos, com comorbidades e alterações importantes do estado clínico, e que, além do tempo alto de internação, demandam a utilização de 3,5 vezes mais bolsas de sangue e derivados”, acrescenta Ana Carolina Leal, pesquisadora do INTO e coordenadora do mapeamento.

Apesar de ser especializado em atendimento cirúrgico ortopédico eletivo, o INTO recebe muitas vítimas de acidentes de trânsito encaminhadas de outras unidades de saúde. “É importante entender o perfil desses pacientes e os modais que registram mais acidentes para adotarmos estratégias de prevenção”, explica a diretora do INTO, Germana Bahr.
Os acidentes com motos foram os mais registrados pelo estudo, representando 59% dos casos de trauma recebidos pelo Instituto.

Chama a atenção o perfil dessa vítima que, em sua maioria, é de adultos do sexo masculino com idade média de 36 anos.

O ex-sushiman José Edcarlos Alves faz parte desta estatística. Há três anos, o motociclista se envolveu em um acidente de trânsito provocado por um motorista alcoolizado. O episódio transformou a vida do rapaz: ele sofreu uma lesão grave do plexo braquial que o fez perder parte da mobilidade do braço dominante, ficando incapacitado de exercer sua profissão.

“O acidente afetou não só o meu trabalho, mas toda a rotina do meu dia a dia. Logo depois da cirurgia, eu dependia de outras pessoas para realizar atividades simples, como tomar banho e preparar o café da manhã”, ressalta Edcarlos.

Foi durante o tratamento na Reabilitação que as atividades cotidianas voltaram a fazer parte da vida de Ed. A terapeuta ocupacional Martha Menezes, que acompanha o paciente desde a sua chegada ao INTO, explica que a recuperação da autonomia após acidentes como este passa por um longo processo.

“São necessários pelo menos dois anos para que o tratamento da lesão de plexo braquial apresente resultados. No decorrer desse processo, o paciente pode ser submetido a mais de um procedimento cirúrgico para alcançar um nível de movimento e funcionalidade satisfatório”, conclui Martha.

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