Brasil
PF prende Gilson Machado e ordem de prisão de Mauro Cid é revogada
Gilson Machado é suspeito de tentar emitir passaporte português para Mauro Cid em maio deste anoMovimentações intensas marcam sexta-feira (13) no inquérito que apura a tentativa de obstrução da Justiça por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal prendeu em Recife (PE) o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, acusado de tentar facilitar a fuga do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid, por sua vez, chegou a ter sua prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas a decisão foi revogada horas depois, segundo informou seu advogado, Cezar Bitencourt.
Segundo apuração da PF, Gilson Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal, em maio de 2025, para viabilizar a emissão de um passaporte português para Mauro Cid, com o objetivo de ajudá-lo a deixar o Brasil clandestinamente. Arquivos encontrados no celular de Cid mostram que ele já buscava obter a cidadania portuguesa desde janeiro de 2023.
Por que Gilson Machado foi preso e Mauro Cid não?
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a abertura de inquérito contra Gilson Machado e a realização de buscas, apreensões e quebra de sigilos. Para os investigadores, há fortes indícios de que o ex-ministro tentou interferir em apurações ligadas à tentativa de golpe de Estado, pela qual Bolsonaro, Mauro Cid e outros 29 aliados já são réus.
Embora Mauro Cid tenha sido alvo da mesma investigação e a prisão tenha sido inicialmente autorizada, o STF revogou a decisão rapidamente. Segundo seu advogado, não houve tentativa de fuga. “Ele está aqui, mora aqui, tem endereço certo, tem residência fixa, tem advogado. Foi revogada a prisão. Foi um equívoco”, declarou Bitencourt ao jornal Correio Braziliense. Ainda de acordo com a defesa, uma audiência no STF foi marcada para às 11h desta sexta-feira.
Qual a ligação com Bolsonaro?

Mauro Cid é um dos principais delatores do suposto plano de golpe que tentava manter Bolsonaro no poder após sua derrota em 2022. O envolvimento de Gilson Machado, que foi ministro do Turismo entre 2020 e 2022 e presidente da Embratur, aproxima ainda mais o cerco de investigações do núcleo político mais próximo do ex-presidente.
As investigações seguem sob sigilo. A Polícia Federal ainda não revelou detalhes sobre os próximos passos da operação, que pode atingir outros integrantes do antigo governo.