Brasil
Fraudes no INSS: PF cumpre 66 mandados em sete estados e no DF
A operação ocorreu em sete estados e no Distrito Federal. Em comunicado oficial, a PF afirmou que as ações procuram aprofundar as investigações já iniciadas em junho deste ano
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (9/10), a nova fase da Operação Sem Desconto que investiga os descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Em comunicado oficial, a PF afirmou que as ações procuram aprofundar as investigações já iniciadas em junho deste ano. “As ações realizadas têm o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, afirmou o órgão.
Rede fraudulenta
Iniciadas em abril, com a Operação Sem Desconto, as investigações da Polícia Federal desvendaram como os dois suspeitos — Careca do INSS e Camisotti — operavam em diferentes níveis do esquema fraudulento. Careca funcionava como intermediário entre sindicatos e associações de aposentados, recebendo os recursos descontados indevidamente dos beneficiários e repassando parte deles a servidores do Instituto.
Já Camisotti, segundo a PF, seria um dos principais beneficiários financeiros da fraude, utilizando empresas de fachada e laranjas para ocultar sua participação nas entidades que aplicavam os descontos irregulares.
Segundo a PF, Antunes movimentou pelo menos R$ 53 milhões no esquema, enquanto Camisotti utilizava sua rede empresarial para “lavar” o dinheiro desviado. A PF chegou aos suspeitos a partir da apreensão de celulares, HDs e documentos ao longo da operação Sem Desconto.
O papel central do “Careca do INSS” emergiu quando a PF descobriu suas ligações com uma grande quantidade de transações financeiras envolvendo diversas entidades. Embora não fosse formalmente o líder de uma associação específica, o careca aparecia como facilitador dos repasses irregulares. Camisotti, por sua vez, foi identificado como destinatário final de boa parte dos recursos. Suas empresas do setor de seguros serviam de fachada para receber e “limpar” o dinheiro.
Com informações de Francisco Artur de Lima, Israel Medeiros e Edla Lula.