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Iate, Lamborghini e helicópteros: como motéis do PCC lavaram R$ 450 milhões

Investigação revela compra de iate, Lamborghini e helicópteros por rede de motéis usada pelo crime organizado

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Foto: Divulgação/Receita Federal

A compra de artigos de luxo milionários, como um iate de 23 metros, um Lamborghini Urus e até helicópteros, levantou a suspeita da Receita Federal e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre a movimentação financeira de uma rede de cerca de 60 motéis controlados pelo PCC no estado.

Segundo a investigação, divulgada nesta quinta-feira (25) na Operação Spare, o esquema de lavagem de dinheiro movimentou R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Além disso, gerou a distribuição de R$ 45 milhões em lucros e dividendos para sócios ligados ao crime organizado.

Por que os motéis chamaram atenção?

De acordo com a Receita Federal, os estabelecimentos compraram bens totalmente incompatíveis com sua atividade empresarial, o que acendeu o alerta dos investigadores. Entre eles:

  • Iate de 23 metros, comprado inicialmente em nome de um motel e depois transferido a uma empresa de fachada;
  • Helicóptero Augusta A109E, adquirido em nome de um dos investigados;
  • Carro esportivo Lamborghini Urus, registrado em empresa patrimonial;
  • Terrenos e imóveis, avaliados em mais de R$ 20 milhões.

Como funcionava o esquema dos motéis do PCC?

O dinheiro ilícito era inserido no sistema financeiro por meio de empresas patrimoniais e operacionais em nome de laranjas. Parte da receita declarada era desproporcional à movimentação bancária, evidenciando a origem criminosa.

“No caso específico dos motéis, eles também acabavam adquirindo bens que não fazem muito sentido um motel adquirir. Eles compravam terrenos, imóveis, helicópteros. Bens de luxo que não estavam compatíveis com a receita deles”, afirmou Márcia Meng, superintendente da Receita em São Paulo.

Expansão além dos motéis

A investigação apontou que os CNPJs ligados ao grupo também realizaram operações imobiliárias de alto valor, como a compra de um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021 e outro de R$ 5 milhões em 2023.

Além da rede de motéis, o PCC também atuava em franquias comerciais e empreendimentos na construção civil. Foram identificados 21 CNPJs associados a 98 estabelecimentos de uma mesma franquia, todos em nome de investigados – o nome da rede não foi revelado.

A Operação Spare é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que já havia revelado como a facção usava fintechs da Faria Lima para lavar dinheiro. Nesta nova fase, o foco está nos setores de combustíveis, jogos de azar e hotelaria, apontados como canais para movimentar bilhões em recursos ilícitos.

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