Inflação mexe com a vida dos empreendedores

Com a inflação em alta, gasolina, gás de cozinha e consequentemente produtos de insumos da cesta básica do brasileiro subindo constantemente, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses já chegou aos 10,25% e é um dos maiores em anos. E não é só para o bolso que a alta traz impactos. Subidas de preços muito fortes e persistentes geram uma série de complicações e impactam diretamente no emprego, empreendedorismo e economia.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), por exemplo, o valor médio do botijão de 13 quilos ultrapassou a marca de cem reais em 19 estados. Só em 2021 o GLP acumula alta de 34,36% no ano. Já de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os alimentos também têm tirado o sono do consumidor: as carnes tiveram uma alta de 24,9%, as aves e ovos de 26,3% e o leite e derivados 9%.

Com a alta, os pequenos empreendedores tentam sobreviver e se reinventarem no dia a dia para não terem prejuízos, principalmente aqueles que trabalham no ramo alimentício. O Consultor de Novos Negócios, Yan Yuri, dá dicas para essa reinvenção. “É importante buscar novos fornecedores e tentar renegociar prazos e condições de pagamento. Nesse momento de alta da inflação é fundamental enxugar custos para evitar o repasse constante do aumento de preços para o consumidor final”, orienta.

Yan acredita que uma organização no negócio é fundamental neste momento para quem empreende ou deseja empreender. “Abrir um negócio é solucionar problemas, entregar soluções e atender as necessidades do seu cliente. Apesar da crise econômica atual e do cenário de pandemia é importante saber que as pessoas continuam consumindo e suas necessidades precisam ser atendidas. Portanto, use esse momento de dificuldade de adversidade para potencializar suas vendas e começar o seu próprio negócio”

Para o CEO, especialista em Desenvolvimento Humano e Empreendedorismo, Alexander Costa, quem planeja abrir um negócio neste momento, deve ser cuidadoso. “É importante ter uma mentalidade empreendedora com raciocínio prático, visão estratégica e capacidade de decisão. Pois na crise e na alta de produtos o empreendedor vai se comportar com estas características. A mentalidade dele vai ditar como ele enxergará a crise: como oportunidade ou problema”, explica.

Alexander completa: “Para alcançar objetivos e criar negócios sempre existirá um processo e neste processo o planejamento é essencial para quem deseja bons resultados.

Os pequenos restaurantes, buffets, cafeterias e empreendedores que trabalham no ramo de alimentos em geral, também estão tentando sobreviver à inflação sem prejudicar o consumidor. O Consultor de Empreendedorismo e empresário Paulo Rapuano explica a melhor maneira: “Todo empreendedor precisa se adaptar e fazer a chamada Gestão (redução de custos + produção enxuta). Diminuir gastos desnecessários (desperdício de energia, água, por exemplo), criar uma produção enxuta com volume bom e grande de produção para que cada vez seu produto tenha um custo mais baixo e alcance o lucro. Use somente o espaço necessário para sua produção e pessoas que realmente produzem e estejam dispostas a trabalhar. Diminuindo gastos com aluguéis, pesquisando novos fornecedores, tentando descontos e pesquisando novos produtos. A longo prazo ajudará bastante no crescimento financeiro’, finaliza.