Brasil
Lula ironiza investigação dos EUA: “Pix é nosso, my friend”
Investigação de Trump mira Pix, etanol e 25 de Março; governo brasileiro reage com críticas e tom bem-humorado nas redes sociais
O governo brasileiro reagiu com deboche e críticas à investigação aberta pelos Estados Unidos sobre supostas práticas comerciais do Brasil que poderiam prejudicar o mercado norte-americano. Entre os alvos estão o Pix, o comércio da Rua 25 de Março (SP), tarifas de importação, etanol, corrupção e desmatamento.
O que Lula disse sobre a investigação?
Em tom irônico, o perfil oficial do governo Lula publicou nas redes sociais:
“O Pix é do Brasil e dos brasileiros! Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu? […] O Brasil é o quê? Soberano. E tem muito orgulho dos mais de 175 milhões de usuários do Pix, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros.”
A publicação encerra com uma provocação direta:
“Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?”

Por que os EUA estão investigando o Pix e a 25 de Março?
A investigação foi anunciada nesta segunda-feira (15) e é conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). O inquérito foi autorizado pelo ex-presidente Donald Trump com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, que permite ações contra países considerados responsáveis por práticas comerciais desleais.
O documento menciona preocupações com o Pix, alegando possível desequilíbrio nas regras de pagamento digital, além de violação de propriedade intelectual na famosa Rua 25 de Março, conhecida pelo comércio popular em São Paulo.
Também estão em pauta questões envolvendo o etanol, corrupção, desmatamento e barreiras comerciais.
Como o governo brasileiro está reagindo à investigação?
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou a investigação como “intromissão absolutamente indevida”:
“É inacreditável imaginar que um presidente de uma das maiores potências do mundo está preocupado com a Rua 25 de Março e o Pix, que é um meio de pagamento abraçado por toda a população e o sistema financeiro.”
A investigação prevê consultas diplomáticas e uma audiência pública marcada para 3 de setembro de 2025. Até 18 de agosto, empresas e entidades poderão enviar comentários à USTR.