Brasil
Lula pede expulsão de auditor da CGU que agrediu mulher no DF
Presidente disse que "não vai fechar os olhos aos agressores de mulheres e crianças estejam eles onde estiverem"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre o caso de um auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) que foi flagrado agredindo uma mulher em Águas Claras. Em postagem nas redes sociais nesta quinta-feira (25/12), Lula disse que determinou ao ministro Vinícius de Carvalho, controlador-geral da União, a imediata abertura de processo interno para responsabilização e expulsão do serviço público do agressor.
“Não vamos fechar os olhos aos agressores de mulheres e crianças estejam eles onde estiverem, ocupem as posições que ocuparem. Um servidor público deve ser um exemplo de conduta dentro e fora do local de trabalho”, disse Lula.
O caso ocorreu em 7 de dezembro. O agressor foi identificado como David Cosac Junior, auditor federal da CGU. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a corporação recebeu uma denúncia anônima acompanhada de um vídeo que registrou as agressões.
David Cosac Junior se apresenta em perfis profissionais como mestre em Ciência de Dados, servidor público, master coach e educador financeiro. Ele afirma ter mais de 12 anos de atuação no mercado financeiro, com experiência em operações envolvendo ações, commodities e moedas estrangeiras. Em materiais de divulgação de cursos que ministra, sustenta que a transformação pessoal e uma “mente saudável” seriam capazes de promover mudanças positivas em cadeia na vida de outras pessoas.
Após o recebimento do material, uma equipe policial se dirigiu ao endereço informado, onde foi recebida pelo porteiro e pelo subsíndico do prédio. Os dois acompanharam os agentes até o apartamento do suspeito. Conforme registro da ocorrência, o homem alegou que havia terminado o relacionamento com a vítima e que os dois teriam se desentendido, entrando em vias de fato.
Em nota, a Polícia Civil informou que a autoridade policial entendeu não haver situação de flagrante, motivo pelo qual não foi efetuada prisão no momento da abordagem. O caso segue sob investigação da Seção de Atendimento à Mulher da 21ª Delegacia de Polícia. A PCDF ressaltou que a equipe foi diligente e que a apuração prossegue de forma meticulosa para a responsabilização do autor.
Diante da repercussão, a Controladoria-Geral da União divulgou nota oficial afirmando que violência contra mulher e contra criança é crime e que os fatos não podem ser tratados como desentendimento ou questão pessoal. Segundo o órgão, foram adotadas providências administrativas imediatas, como a abertura de apuração disciplinar, a revogação da designação do servidor para função de chefia e a proibição de ingresso nas dependências da CGU durante as investigações.
Em nota, CGU pontuou as providências administrativas imediatas adotadas pelo órgão, incluindo a abertura de apuração disciplinar, a revogação da designação do servidor para função de chefia e a proibição de ingresso nas dependências do órgão durante as investigações.
A CGU ressaltou ainda que “os fatos devem ser apurados também pelas autoridades competentes na esfera criminal” e reafirmou “compromisso inegociável com os direitos humanos, a ética e a integridade do serviço público”, garantindo que o caso será acompanhado “com rigor, responsabilidade e respeito ao devido processo legal”.