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Brasil

Mesmo com desigualdade, mulheres conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho

Instituição de saúde é a que emprega maior percentual de mulheres declaradas negras e/ou pardas em cargos de liderança

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(Reprodução)

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Um levantamento realizado pelo Sabin Medicina Diagnóstica revela que das 296 unidades da empresa distribuídas por 12 estados e o DF, a Regional da Bahia é a que emprega o maior percentual de mulheres declaradas negras e/ou pardas em cargos de liderança. No quadro de colaboradores baianos, 75% são mulheres e destas, 85,64% são negras. Ainda nesse contexto feminino, 62,81% assumem cargos de liderança no estado.

A presença das mulheres é tão forte na organização,  que em equipes de maioria masculina, como a de motoboys e motoristas, a líder é mulher.

A pós-graduada em Gestão Executiva e Liderança Estratégica, Alessandra Nogueira, 34 anos, trilhou um caminho na empresa Sabin Medicina Diagnóstica, há quase 8 anos. Ela começou como recepcionista, passou a ser supervisora, por meio de um processo seletivo interno, e hoje é coordenadora de atendimento.

Como mulher negra, embora não tenha vivenciado a dificuldade dobrada pela questão de gênero e racial nos ambientes de trabalho, ela reconhece essa desigualdade. “Acredito que esse fato de não ter uma grande quantidade de mulheres negras talvez seja realmente um reflexo da dificuldade que ela tem em se inserir”, explicou.

Alessandra Nogueira (Divulgação)

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mulheres brasileiras ganham, em média, 76% da remuneração masculina, já as mulheres negras recebem ainda menos, sendo 43% dos salários dos homens brancos. “É necessário dar oportunidade e acreditar nas mulheres e nas mulheres negras, porque talvez isso dificulte. E até mesmo as próprias pessoas precisam acreditar na sua capacidade, no seu potencial”, ressaltou.

Ainda conforme o levantamento feito pela Sabin Medicina, nesse contexto feminino, 62,81% assumem cargos de liderança no estado.

A Gestora Regional Nordeste do Sabin, Agnaluce Moreira, 52 anos, também Farmacêutica-Bioquímica, que está na gestão há dois anos na empresa, acredita na força do empoderamento feminino em cargos de liderança no mercado de trabalho. “O empoderamento feminino está aí, tem se mostrado as grandes lideranças com mulheres. A gente sabe das dificuldades que algumas pessoas acabam tendo para a entrada no mercado de trabalho”, relatou. Diante o avanço das mulheres nesse cenário, a gestora ressalta: “O Sabin foi fundado por duas mulheres. A nossa presidente também é mulher. Estamos hoje há mais de 16 anos entre as melhores empresas para a mulher trabalhar”.

Agnaluce conta que antigamente em um ambiente masculino não se sentia tão confortável, mas que agora já é uma situação tranquila. No entanto, afirma que ainda existem ocasiões que geram certo desconforto. “Um grupo de WhatsApp [relacionado a uma determinada marca] era um grupo muito masculino, então de vez em quando vinha aquelas piadas masculinas e constantemente as pessoas tinham que lembrar que tinham mulheres no grupo”.

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