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Pai de Mauro Cid depõe à Polícia Federal

Defesa de Cid informou que o depoimento do general já estava marcado antes da nova prisão do filho

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General Mauro Lourena Cid (Foto: Roberto Oliveira/Alesp)

O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, foi interrogado pela Polícia Federal (PF) em Brasília na tarde desta terça (26). Ele forneceu informações relacionadas ao inquérito que investiga a venda de joias presenteadas pelo governo saudita ao governo brasileiro durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF está investigando a comercialização dessas joias nos Estados Unidos. O general permaneceu nas instalações da polícia por aproximadamente 3 horas.

As joias foram entregues a Bolsonaro durante seu mandato presidencial. De acordo com as investigações da PF, os desvios começaram por volta de 2022 e continuaram até o início de 2023. Em um dos casos revelados pela PF, o general Cid recebeu US$ 68 mil em sua conta bancária pela venda de dois relógios, um Patek Phillip e um Rolex. Na época, o militar estava trabalhando no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami.

A PF descobriu que os presentes foram retirados do país em uma mala transportada no avião presidencial. Além das joias, outros itens, como esculturas de um barco e de uma palmeira folheadas a ouro, presenteadas a Bolsonaro durante uma viagem ao Bahrein em 2021, foram removidos do país.

Segundo a investigação, o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, participou do desvio dos itens. O transporte ocorreu em 30 de dezembro do ano passado, quando Bolsonaro viajou para os Estados Unidos nos últimos dias de seu mandato.

A PF apurou que Mauro Cid tentou vender os itens em lojas especializadas na Flórida, nos Estados Unidos, sem sucesso devido à ausência de 100% de ouro nos itens. Estima-se que os itens possam valer cerca de US$ 120 mil.

Outro presente desviado foi um conjunto masculino de joias da marca suíça Chopard, composto por caneta, abotoadura, anel, rosário árabe e relógio, recebido por Bolsonaro durante uma viagem presidencial à Arábia Saudita em 2021.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que as lembranças recebidas pelo Presidente da República em cerimônias de troca de presentes, audiências com chefes de Estado e de Governo, ou visitas oficiais, devem ser integradas ao acervo do Estado brasileiro, e não tratadas como bens pessoais, com exceção de itens de natureza personalíssima ou de consumo direto.

O rosto do general foi identificado pela PF em uma foto usada para negociar, nos EUA, as esculturas recebidas pelo governo como presente oficial. Ao fotografar a caixa com os itens para pedir uma avaliação do valor em lojas especializadas, Mauro Lourena Cid acabou deixando seu rosto aparecer no reflexo.

Em agosto do ano passado, Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, foram convocados a depor no caso. Na ocasião, optaram por permanecer em silêncio durante o interrogatório.

Com informações da Agência Brasil

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