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Brasil

Participação da mulher cresce pouco no mercado de trabalho

Pandemia pode ser um dos responsáveis pelo crescimento do protagonismo feminino

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Mulher trabalhando
(Foto: Divulgação)
Mulher trabalhando

Participação da mulher cresce pouco no mercado de trabalho (Foto: Divulgação)

De acordo com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pandemia atingiu em cheio a participação da mulher no mercado de trabalho. Mais da metade da população feminina com 14 anos ou mais ficou fora do mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2020, além disso, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho do país ficou em apenas 45,8%, enquanto a dos homens ficou em 65,7%.

Mesmo com um certo avanço nos últimos anos na luta pela igualdade e paridade entre os gêneros no mercado de trabalho, ainda há grandes desafios que envolvem a luta da mulher por condições melhores de trabalho. São muitos os desafios como: os salários, posições de liderança nas empresas, home office e maternidade.

Para a especialista em RH, Gestão de Carreiras e Liderança, Dilza Taranto, a diferença salarial é ainda um grande impasse na busca pela igualdade: “O índice de mulheres no mercado de trabalho mais que dobrou, isso é fato. Conforme dados do IBGE, em 1950 as mulheres representavam 13,6% da população economicamente ativa. Em 2010, passou a ser 49,9%. Por outro lado, algumas profissões ocupadas por ambos os gêneros, remuneram mais os homens”, explica.

Dilza Taranto

Dilza Taranto, especialista em RH, Gestão de Carreiras e Liderança (Foto: Divulgação)

 

Segundo a especialista, ainda há muitos cargos com pouca abertura para a mulher. “Piloto de avião, técnico em refrigeração, bombeiro, motorista de caminhão, engenheiro, pedreiro, militar, barbeiro, técnico em informática, carpinteiro, eletricista, técnico de som, mecânico, açougueiro, chef de cozinha, jogador de futebol, diretor de empresa, cineasta, repórter esportivo e políticos são apenas algumas das áreas que seguem tendo homens como protagonistas”, diz Dilza.

Afinal, quais os avanços podem ser vistos na presença feminina no mercado de trabalho? Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a presença feminina no mercado de trabalho brasileiro, ou seja, a quantidade de mulheres entre 17 e 70 anos empregadas no país passou de 56.1% em 1992 para 61,6% em 2015, com projeção para atingir 64,3% no ano de 2030, ou seja, 8.2 pontos percentuais acima da taxa em 1992.

A pandemia também trouxe inúmeros desafios para a mudança no cenário. Uma pesquisa da consultoria Robert Half, aponta que 44% das mulheres deixariam o emprego se não houvesse home office. “A proximidade da família, dos filhos facilita a participação da mulher no mercado de trabalho, por outro lado, um empecilho grande é a maternidade, uma vez que algumas empresas optam por contratar mais profissionais homens ou mulheres que não tenham a responsabilidade com a maternidade”, relata a especialista em carreira e liderança.

A especialista em RH, acredita que no desafio da maternidade e home office, a cooperação da família é fundamental. “É extremamente importante uma rede de apoio às mulheres que estão no mercado de trabalho, para que não haja sobrecarga. Os parceiros/as, familiares e amigos precisam estar atentos a isso, pois não é fácil ser tantas em uma”, finaliza Dilza Taranto.

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