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Brasil

Pedidos de recuperação judicial crescem 50% em agosto

Dificuldades para fechar contas e situação da economia podem ser motivo

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Pedidos de recuperação judicial
Pedidos de recuperação judicial crescem 50% em agosto (Foto: Divulgação)
Pedidos de recuperação judicial

Pedidos de recuperação judicial crescem 50% em agosto (Foto: Divulgação)

 

Segundo o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial saltou de 74, em julho deste ano, para 111 em agosto, o que representa um crescimento de 50%. Esse é o maior registro desde o início do ano. A maior parte das requisições partiram do segmento do comércio (43,2%). O pedido de recuperação judicial é um mecanismo que tem o objetivo de evitar que a empresa vá à falência.

Com a chegada da pandemia e as restrições de circulação, a expectativa era de uma escalada no número de novos processos de recuperação judicial e de falência, especialmente no decorrer de 2021. Segundo o advogado Bruno Gameiro, o momento econômico denota extrema preocupação. “Foi atingido recorde histórico de endividamento das famílias e empresas. Até mesmo as empresas de grande porte precisaram recorrer aos bancos e ao mercado de capitais para reforçar o caixa e honrar os seus compromissos”, declara.

Advogado Bruno Carneiro

Advogado Bruno Carneiro (Foto: Divulgação)

Mesmo com uma expectativa otimista de reaquecimento gradual da economia, isso não deverá ocorrer de forma suficiente para enfrentar o endividamento acumulado e falta de caixa das empresas, que precisarão buscar novas soluções para reestruturar esse passivo. “Os números também deixam claro que são os setores mais impactados pela restrição de circulação que, prioritariamente, buscam a proteção da lei de recuperação”, analisa Bruno.

Um exemplo claro da aderência da Recuperação Judicial como ferramenta para reabilitação de negócios em crise é o setor de transporte urbano no Rio de Janeiro. Mais de um terço das empresas de ônibus e a SuperVia, empresa de transporte por trens, buscaram a Recuperação Judicial como ferramenta para reestruturar e renegociar suas dívidas com os credores, especialmente após registrarem uma queda brusca de usuários pagantes em suas atividades. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, permitindo a manutenção da fonte produtora, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Bruno Gameiro prevê que, no contexto da pandemia, provavelmente haverá um significativo aumento de novos pedidos de Recuperação Judicial nos próximos meses e no decorrer do ano de 2022.

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