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Brasil

Pesquisa revela que apenas 15% dos alunos brasileiros com mais de 16 anos estudam

Identificar os alunos que deixaram de frequentar a escola e garantir a permanência de crianças e adolescentes são um dos principais desafios da educação pública brasileira

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Estudantes relatam frustração após resultado do SISU (Foto: Divulgação)
Pesquisa revela que apenas 15% dos alunos brasileiros com mais de 16 anos estudam (Foto: Divulgação)

O acesso à educação é um direito básico de todo cidadão. Entretanto, seja para trabalhar ou por falta de interesse nas aulas, muitas pessoas interrompem os estudos. Identificar os alunos que deixaram de frequentar a escola e garantir a permanência de crianças e adolescentes são um dos principais desafios da educação pública brasileira.

Segundo o professor Bernardo Kipnis, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), a evasão escolar é um problema antigo que deve ser enfrentado. De acordo com dados da pesquisa feito pelo Serviço Social da Indústria e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Sesi/Senai), divulgada nesta sexta-feira (26), apenas 15% dos brasileiros acima dos 16 anos estão matriculados em alguma instituição de ensino.

”Os dados são fortes. Só 15% da população atualmente estuda. É claro que, na idade escolar, o número sobe para 53%”, explica o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi. O levantamento também mostra que entre os jovens que não estudam atualmente, apenas 38% alcançaram a escolaridade que desejavam e 57% não tiveram condições de continuar os estudos por diferentes motivos — sendo que a necessidade de trabalhar para ajudar a família é a principal motivação para 47% dos entrevistados.

Outros 18% apontaram gravidez ou nascimento de uma criança como fator decisivo para abandonar a sala de aula. Além disso, a distância e a falta de interesse nas aulas são fatores apontados pelos entrevistados. Para o professor Bernardo, o processo de evasão escolar é consequência da desigualdade social. “Essa situação se agravou, sem dúvida, com a pandemia da Covid 19, o fechamento das escolas e a substituição atabalhoada para o ensino remoto. Se não conseguimos universalizar o acesso, não garantimos a permanência”, diz.

“Podemos entender os fatores que levam à evasão como aqueles gerados por questões externas à escola, outras de responsabilidade da escola e outras relacionadas aos alunos e alunas. Sem dúvida, a desigualdade social existente influencia principalmente aquelas crianças e jovens de famílias de baixa renda, com necessidade de entrada prematura no mercado de trabalho para sustento familiar. Esse corte da desigualdade também pode ser observado em termos de raça e etnia. Portanto, esses são os perfis mais afetados: negros, pardos e indígenas”, emenda o especialista.

O levantamento do Sesi e do Senai, em parceria com o Instituto FSB Pesquisa, foi feito com 2 mil pessoas acima de 16 anos em todas as unidades federativas. Os entrevistados foram ouvidos entre 8 e 12 de dezembro do ano passado.

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