Brasil
Petroleiros anunciam paralisação em todo o país
Os trabalhadores entraram em greve por tempo indeterminadoOs trabalhadores do Sistema Petrobrás entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (15). Os petroleiros estão de braços cruzados em todo o país, como maneira de expressar a insatisfação da categoria.
Segundo os grevistas, a paralisação tem como eixos centrais a luta por um Acordo Coletivo de Trabalho forte, a justa distribuição da riqueza gerada pela Petrobrás, o fim dos equacionamentos da Petros e o reconhecimento da Pauta pelo Brasil Soberano, com a suspensão imediata dos desimplantes forçados.
O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Sérgio Borges, comenta sobre a greve:
“Os trabalhadores vêm respondendo bem, as plataformas realizando os procedimentos de parada e de entrega da unidade e solicitando o desembarque de todos os trabalhadores. Os demais trabalhadores daqui de terra estão se dirigindo aqui para o Sindipetro-NF para que eles possam ser orientados no sentido de participar ativamente das atividades que a gente vai fazer durante essa greve. Lembrando que é uma greve por tempo indeterminado, começando hoje dia 15 e que a depender da disposição da Petrobras em resolver nossos principais problemas pode se encaminhar para uma solução rápida ou pode se estender até o próximo ano de 2026”.
Sérgio explica também a razão da greve:
“São várias as pautas, mas a principal delas é o entendimento que não dá para ter uma empresa que é a empresa mais lucrativa do Brasil, que é a empresa que mais distribui dividendos e essa empresa aplica uma política de austeridade para os trabalhadores que geram toda a riqueza dessa empresa. Então nós não vamos aceitar esse ataque, até porque a gente considera tudo isso que a gestão atual da Petrobras vai fazendo uma verdadeira traição ao governo Lula. Não foi para isso que nós elegemos o presidente Lula, eu tenho certeza que essa mobilização vai sensibilizar a gestão da companhia e vai mostrar a força histórica que essa categoria tem em lutar por melhores condições”.
Mais de 96% de todas as unidades petrolíferas, aprovaram a greve por tempo indeterminado.
A decisão da greve foi tomada após a rejeição da segunda contraproposta apresentada para o Acordo Coletivo de Trabalho, considerada insuficiente pelas entidades representativas da categoria. A nova proposta foi entregue pela Petrobras na terça-feira, dia 9, mas, segundo os sindicatos, não avança nos três pontos centrais das negociações.
Diretores do Sindicato Dos Petroleiros de Caxias presos
Na manhã desta segunda-feira (15), policiais militares do 15º BPM (Duque de Caxias) foram acionados para atuar no protesto nas proximidades da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), às margens da BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
De acordo com o comando da unidade, alguns manifestantes abordavam caminhoneiros e intimidavam pedestres que tentavam acessar a área interna da refinaria. A manifestação causava grande congestionamento na BR-040 e, dessa forma, os agentes comunicaram aos manifestantes que o protesto poderia continuar, desde que a via não fosse interditada e não houvesse intimidação a pessoas que desejassem entrar na refinaria.
“No entanto, alguns manifestantes desrespeitaram as orientações dos policiais, sendo necessária a prisão de dois indivíduos. Os detidos resistiram à prisão, o que exigiu o emprego dos meios necessários para contê-los. Após serem imobilizados, eles foram conduzidos à 60ª DP (Campos Elíseos), onde o caso foi registrado”, afirmou a PM.
O Sindicato Dos Petroleiros de Caxias publicou uma nota de repúdio à ação da PM:
“O Secretário Geral do Sindicato, Marcello Bernardo, e o membro titular da CIPA, Fernando Ramos, foram presos de forma ilegal e arbitrária enquanto exerciam o legítimo direito de greve, em uma ação que demonstra o abuso de autoridade por parte das forças policiais.
O movimento paredista estava transcorrendo tranquilamente, com total apoio dos trabalhadores da Petrobrás, quando, a pedido da companhia, a Polícia Militar se fez presente no Portão 5 da REDUC.
No entanto, ao invés de dialogar com os representantes dos trabalhadores, os policiais se utilizaram de truculência e agiram de forma violenta, destruindo e arrancando faixas e materiais do sindicato.
Repudiamos veementemente essa ação truculenta e exigimos a imediata responsabilização dos envolvidos por essa violação aos direitos civis e à liberdade de expressão. A greve é um direito constitucional, e qualquer tentativa de coação ou repressão será enfrentada com a união e a força dos trabalhadores.”