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Projeto aprovado na Câmara pode transformar proteção infantil na internet
Projeto de lei aprovado na Câmara define regras inéditas para redes sociais, mas ainda precisa passar pelo Senado e sanção presidencialA Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 20, o PL 2628/2022, que estabelece regras inéditas para redes sociais, aplicativos e jogos digitais com foco na proteção infantil na internet. O texto ainda precisa passar pelo Senado e ser sancionado pelo presidente Lula antes de virar lei.
A proposta ganhou destaque após denúncias sobre riscos a crianças e adolescentes no ambiente online e promete mudanças profundas na forma como plataformas digitais operam no Brasil.
Para a advogada especialista em direito de família, Barbara Heliodora, o projeto representa “um marco na proteção digital infantil, pois coloca a responsabilidade nas mãos das plataformas, não apenas dos pais”.
Principais mudanças previstas no PL 2628/2022
- Verificação de idade obrigatória – Plataformas deverão comprovar a idade real de quem acessa, impedindo menores de mentirem para criar perfis.
- Controle parental robusto – Pais terão relatórios de tempo de uso, conteúdos acessados e interações realizadas pelos filhos.
- Proteção de dados reforçada – Coleta limitada apenas ao necessário, sempre com consentimento dos responsáveis.
- Algoritmos seguros – Proibição de recomendar conteúdos nocivos, como os relacionados a autolesão ou distúrbios alimentares.
- Limites de tempo de uso – Definição de tempo máximo diário, com alertas e bloqueios automáticos para evitar vício digital.
- Canais de denúncia obrigatórios – Resposta imediata a casos de cyberbullying, exploração ou abusos online.
- Transparência nos termos de uso – Regras escritas em linguagem clara, acessível a pais e adolescentes.
Barbara Heliodora reforça que a lei trará avanços significativos, mas ressalta que sua eficácia dependerá da fiscalização e aplicação de penalidades. “A lei é o primeiro passo. Precisamos de órgãos reguladores fortes e sociedade civil atenta para garantir que ela seja cumprida”, afirma.
Se aprovado pelo Senado e sancionado, o projeto dará às empresas digitais prazo para se adaptar às novas exigências, que podem revolucionar a experiência online de crianças e adolescentes no Brasil.