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Projeto SETA participará do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU

Caminhos para uma educação antirracista são foco de evento

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Projeto SETA participará do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU (Foto: Divulgação)
Projeto SETA participará do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU (Foto: Divulgação)

O Projeto SETA, iniciativa cujo objetivo é transformar a rede pública escolar brasileira em um ecossistema de qualidade social antirracista, participará, na próxima quarta-feira (31), do encontro “Práticas e Estratégias Rumo a uma Abordagem de Justiça Racial Global”.


A cerimônia está inserida na agenda da segunda edição do Fórum Permanente de Afrodescendentes, evento da ONU, que acontecerá na Universidade Columbia, em Nova Iorque, e vai reunir Estados, instituições de direitos humanos e representantes da sociedade civil. A agenda internacional é uma parceria entre o Projeto SETA, liderado pela ActionAid, o Centro de Estudos das Relações e Desigualdades Trabalhistas – CEERT, o Consulado Geral do Brasil em Nova York, o Centro de Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas em Justiça Racial, o Peregum e o Observatório da Branquitude.

Ana Paula Brandão, gestora do projeto e diretora programática na ActionAid, e Dandara Oliveira, especialista em articulação e projetos representarão o SETA.

“Nossa participação será uma oportunidade de discutir as estratégias e a relevância de se garantir o direito a uma educação contextualizada, com qualidade e com equidade para as pessoas negras, indígenas e quilombolas, conforme garante a legislação específica, embora ainda sofra em sua implementação”, comenta Ana Paula.

Para Dandara Oliveira, é importante para o SETA participar de eventos como esses, pois são espaços onde há possiblidade de discutir globalmente as questões que afetam a população afrodescendente, além de compartilhar os aprendizados e métodos do projeto com diversos países.

Douglas Belchior, co-fundador da UNEafro BR, organização que também faz parte da aliança do SETA, avalia que participar do Fórum é uma oportunidade de dar visibilidade internacionalmente para estudantes que fazem parte de grupos minoritários, mais fragilizados do sistema educacional brasileiro, e pensar estratégias de promoção de ações afirmativas na Educação Básica.

Na mesma linha de expectativa, Thiago Amparo, coordenador do Núcleo de Justiça Racial e Direito da FGV, acredita ser importante pautar também internacionalmente que os compromissos antirracistas são fundamentais, mas ainda insuficientes. “Precisamos de políticas, com recursos e metas explicitamente definidas, para redução das desigualdades raciais e reparação mínima às comunidades negras, que pagam também em vidas pelo racismo”, reforça.

Por fim, Manuela Thamani, co-diretora executiva do Observatório da Branquitude destaca que espera que evento seja uma plataforma para discutir abertamente a questão das desigualdades raciais em sua amplitude, mas também considerando as especificidades de cada país, cada região. “Desejo sinceramente que vozes diversas sejam valorizadas e que perspectivas e experiências das pessoas afrodescendentes sejam ouvidas, mas também que não esqueçamos do papel da branquitude nesse processo cruel de inequidade”, conclui.

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