Foliões protestam em frente a casa de ex-militar acusado de torturar Rubens Paiva

Durante o desfile do bloco Orquestra Voadora nesta terça-feira (5), foliões entoaram o coro “sem anistia” ao passarem diante de um endereço atribuído ao ex-general José Antônio Belham, no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O momento foi registrado em vídeos que circulam nas redes sociais e gerou ampla repercussão.

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) compartilhou as imagens no X, destacando o protesto como um ato de memória às vítimas da ditadura. No Instagram, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) publicou outro registro do momento e criticou o fato de Belham receber um salário do Estado brasileiro superior a R$ 30 mil.

José Antônio Belham, general reformado do Exército, comandou o DOI-Codi do 1º Exército no Rio de Janeiro entre novembro de 1970 e maio de 1971. Ele foi indiciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por seu suposto envolvimento no desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva. Entre as acusações estão associação criminosa, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

As investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) apontaram Belham e outros militares como responsáveis pelo crime. O processo segue em andamento, dependendo de decisão judicial sobre a aplicação da Lei da Anistia, legislação aprovada em 1979 que ainda gera debates sobre a responsabilização de agentes do regime militar.