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Ciência

1º Banco de Olhos do Estado é hoje responsável por 40% dos procedimentos realizados pelo Programa Estadual de Transplantes

Desde a sua criação, em 2010, até o primeiro semestre de 2022 foram disponibilizadas 1.970 córneas

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1º Banco de Olhos do Estado é hoje responsável por 40% dos procedimentos realizados pelo Programa Estadual de Transplantes
1º Banco de Olhos do Estado é hoje responsável por 40% dos procedimentos realizados pelo Programa Estadual de Transplantes

O mais antigo Banco de Olhos do Estado, em Volta Redonda no Sul Fluminense, é responsável por 40% dos procedimentos realizados no Rio de Janeiro. A unidade instalada no Hospital São João Batista também é responsável pela captação de tecido ocular em 34 cidades do Sul Fluminense. Desde a sua criação, em 2010, até o primeiro semestre de 2022 foram disponibilizadas 1.970 córneas para o Programa Estadual de Transplantes (PET). É um dado a festejar no Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado nesta terça-feira, 27 de setembro.

Muitas medidas podem ser tomadas para evitar doenças oculares ou, pelo menos, minimizá-las e impedir que tenham consequências mais graves. Mas quando os problemas aparecem muitas vezes eles são irreversíveis e há a necessidade de realizar um transplante de córneas.

O transplante é indicado em patologias associadas à curvatura da córnea, como alguns casos de ceratocone, ceratopatia bolhosa, úlcera de córnea, leucomas corneanos, entre outros.

Hoje em todo o estado há 3.440 pessoas na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) à espera de um transplante de córneas. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (jan-jun/2022).

Ebio Ferreira Narduche, de 59 anos, está entre os que aguardavam na fila e que conseguiram um doador compatível.

O empresário teve glaucoma no olho esquerdo e passou por cinco cirurgias. Estava prestes a perder totalmente a visão, mas depois de mais de 2.000 pessoas na sua frente, seu transplante foi feito no dia 29 de julho de 2021.

“Estava ansioso demais. Fiquei muito feliz quando recebi a notícia de que haviam encontrado um doador compatível. Foi tudo muito rápido e eficiente. A família doadora era de Fortaleza e hoje me considero um pouco nordestino”, disse.

A enfermeira Michele Antoniol, coordenadora do Banco de Olhos de Volta Redonda, destaca a importância das instituições parceiras, como os hospitais da região, em fazer as notificações dos óbitos para que a equipe realize os procedimentos necessários.

Segundo Michele, quando autorizada a coleta pela família do doador a equipe capta a córnea e a esclera (camada que protege o globo ocular), e leva ao Banco de Olhos, onde o material é processado e encaminhado para transplante.

“A córnea é a lente dos olhos, como o vidro de um relógio, ficando à frente da parte colorida que é a íris. O doador não fica com nenhum sinal após a doação, pois o globo ocular é reconstituído. O número de captações ainda é pouco, visto que temos uma fila de espera em todo o estado precisando de transplante. Qualquer pessoa entre 10 e 80 anos pode ser um doador, desde que manifeste em vida junto aos familiares o desejo em ser doador, pois são os familiares que autorizam, ou não, a doação”, ressaltou a coordenadora.

É preciso conscientizar as pessoas. Para atrair novos doadores, o que é considerado o principal desafio da entidade, está sendo desenvolvido um trabalho de estímulo e treinamento com hospitais e de conscientização dos familiares. Os óbitos devem ser informados assim que ocorrem para que a equipe possa ir até o local para entrevistar a família, que pode autorizar a doação.

O Banco de Olhos de Volta Redonda funciona 24 horas com plantonistas. Para notificação de óbitos e possíveis doadores os telefones são 08000-225742 ou (24) 3343-3935. A unidade está aberta para visitação com o objetivo de esclarecer a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

Programa Estadual de Transplantes

O Programa Estadual de Transplantes (PET) foi criado em 2010 com o objetivo de aumentar o número de transplantes de órgãos e tecidos no Estado do Rio de Janeiro.

Desde a sua criação, o estado triplicou o número de doadores de órgãos por milhão de pessoas (pmp).

Durante a pandemia, o número de transplantes realizados diminuiu em 20%, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Apesar do cenário desfavorável imposto pela pandemia, o programa do Estado realizou, em 2020, 1.074 transplantes, sendo 376 córneas e 698 de órgãos sólidos, sendo 22 de coração; 270 de fígado; 384 de rins; além de um transplante simultâneo de coração e rim; 10 de rim e fígado; e 12 de rim e pâncreas.

No ano passado os números voltaram a subir e foram realizados 2.468 transplantes. Entre janeiro e julho deste ano, 1.528 transplantes também foram realizados pela equipe do Programa Estadual de Transplantes.

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