Após Dove Cameron abrir o coração sobre luta contra depressão, psicóloga faz alerta sobre saúde mental

Dove Cameron abriu o coração nas redes sociais nesta quarta-feira (18), e falou sobre os conflitos que têm enfrentado na saúde mental e na disforia de imagem. A atriz e cantora norte-americana chegou a relatar que está cobrindo espelhos de sua casa e que não se sente mais bonita em roupas que se amava antes.

A psicóloga Maria Rafart explica que se a saúde mental da pessoa não estiver equilibrada, a qualidade de vida dela será drasticamente comprometida. Segundo a especialista, uma das defesas mais comuns de quem tem a mente doente, mesmo que transitoriamente, é se isolar cada vez mais.

“Com o isolamento, evitam-se as situações mais tensas e os conflitos. Mas ao mesmo tempo, a qualidade de vida fica muito comprometida devido às sucessivas evitações. Outra defesa de quem está com doença mental, pode ser a criação de uma espécie de realidade mais palatável, melhor do que a do mundo real. A Psicologia chama isso de reestruturação da realidade: é o fato de alguém conseguir sobreviver somente se a sua realidade for diferente, e o mundo interno a recria”, disse Rafart, que acrescentou.

“Há muitas defesas mentais: formação reativa (reagir exageradamente a estímulos), negação (uma espécie de reestruturação da realidade agravada), ou projeção – colocar no outro coisas que são nossas, entre outras. Pessoas com boa saúde mental costumam dosar de forma mais equilibrada estas defesas – todos nós evitamos algumas situações, recriamos outras, negamos algumas e projetamos coisas nossas sobre os outros. Mas quem tem saúde mental o faz de forma dosada”.

Rafart diz que os nossos comportamentos externos são todos balizados pelos pensamentos.

“Não existe vida externa sem que a nossa vida interna esteja, o tempo todo, apontando para a direção que iremos tomar. Até gestos considerados automáticos não são tão automáticos assim, porque a grande força que temos em nós, que é a nossa vida mental, pode influenciar em várias camadas e graus de consciência”.