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Ciência

Apraxia na Fala na Infância: fim do limite de sessões com fonoaudiólogos é fundamental para tratamento

Medida já está em vigor para usuários de planos de saúde de todo país

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Apraxia na Fala na Infância: fim do limite de sessões com fonoaudiólogos é fundamental para tratamento
Apraxia na Fala na Infância: fim do limite de sessões com fonoaudiólogos é fundamental para tratamento

Em decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgada nesta segunda-feira (1), usuários de planos de saúde com qualquer doença ou condição de saúde listada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) terão acesso a tratamentos completos com fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

De acordo com a ANS, a decisão tem como objetivo promover a igualdade de direitos aos pacientes e padronizar o formato dos procedimentos dessas categorias profissionais. O limite de sessões foi revogado tanto para condições mais conhecidas, como paralisia cerebral, síndrome de Down e esquizofrenia; quanto para as menos conhecidas, como a apraxia de fala da infância.

Apraxia de Fala na Infância (AFI) é um transtorno que acomete a reprodução dos sons da fala. A criança sabe o que dizer, mas o seu cérebro falha ao planejar os comandos para os articuladores produzirem as sílabas, palavras e frases. Em função da dificuldade em verbalizar os pensamentos, frustrações ficam ainda mais presentes. O transtorno afeta duas a cada mil crianças e é pouquíssimo debatido no Brasil. De acordo com a ABRAPRAXIA, Associação Brasileira de Apraxia de fala na Infância, fonoaudiólogos são os profissionais indicados para o tratamento, cujo objetivo é desenvolver o potencial de cada criança.

Alice Costa Rodrigues, 7 anos, foi diagnosticada com apraxia de fala aos 4 anos. A mãe, Tatiana Costa Rodrigues, moradora do Rio de Janeiro, conta que até essa idade a menina praticamente não falava. Apenas sussurrava as vogais. Com sessões diárias de fonoaudiologia, Alice evoluiu muito e hoje se comunica com menos dificuldade.

“Saber que o plano de saúde não pode mais limitar o número de sessões e que minha filha terá o tratamento que precisa me traz alívio e mais tranquilidade. Crianças com apraxia, como ela, precisam de fonoaudiologia com frequência alta e por muito anos, geralmente”, explica Tatiana. Alice ainda faz parte do grupo de crianças que está sendo analisado por uma pesquisa na USP, no Centro de Estudo de Genomas Humano, em São Paulo.

Uma iniciativa da Abrapraxia, o estudo realiza o mapeamento genético de 100 crianças com apraxia, para identificar as alterações genéticas que levam ao transtorno. O objetivo é auxiliar em novas opções de tratamento no futuro.

Por conta da falta de informação diante da condição, três mães que possuem filhos diagnosticados com apraxia resolveram se unir e criar uma rede de apoio, em 2016. Desde então, a Abrapraxia já capacitou mais de 15 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, terapeutas , pais e familiares, além de oferecer cursos regulares.

Mais informações em: https://apraxiabrasil.org/

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