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Ciência

Especialista alerta para sintomas da Esclerose Múltipla

Doença acomete, em média, 15 a cada 100 mil pessoas, só no Rio de Janeiro. Maior prevalência se concentra nas mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade

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Especialista alerta para sintomas da Esclerose Múltipla (Foto: Divulgação)
Especialista alerta para sintomas da Esclerose Múltipla (Foto: Divulgação)

Conforme as informações do Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas vivem com esclerose múltipla hoje no país. Em todo o mundo, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 2,8 milhões de pessoas tenham diagnóstico da doença, uma das principais causas de incapacidade neurológica em jovens.  

Apesar de ser um problema crônico e incurável, há tratamento disponível para o controle dos sintomas, que confere maior qualidade de vida e independência. Felipe da Rocha Schmidt, coordenador do serviço de neurologia dos Hospitais Vitória e Samaritano da Barra da Tijuca, da rede Americas, esclarece que a EM é uma doença em que as próprias células de defesa do organismo atacam o Sistema Nervoso Central (SNC), com o desenvolvimento de lesões cerebrais e na medula espinhal.

“Quando não tratadas de forma adequada, em atendimentos especializados, podem ocorrer sequelas neurológicas graves e definitivas”, destaca Schmidt. Além disso, a doença pode ser subdividida de acordo com os ataques frequentes de inflamação no sistema nervoso central (também chamados de “surtos”) com o aparecimento agudo de sintomas neurológicos. Estes, duram dias até semanas com melhora parcial ou total mesmo sem tratamento. “O problema é que com a repetição dos “surtos”, as sequelas tendem a se acumular”, destaca o especialista.

O segundo subtipo é a forma progressiva, caracterizada por aumento lento de sintomas no decorrer de meses a anos, com incapacidade progressiva”, explica. 

Os sintomas relacionados à esclerose são bem variados, como fraqueza muscular, alteração de sensibilidade (dormência, queimação ou dor em algum segmento, de um dos lados do corpo ou por vezes do tronco para baixo), perda ou turvação na visão de um dos olhos, visão dupla, desequilíbrio ao caminhar e dificuldade no controle da urina. A fadiga (sensação de falta de energia) é muito comum na doença, e pode contribuir muito com a incapacidade. “É importante entender que os sintomas devem ser persistentes, tendo que durar mais do que 24 horas. Sinais de curta duração, em geral, não são relacionados à doença”, ressalta Schmidt.  

O especialista também destaca alguns sintomas que, quando presentes em pessoas jovens, despertam o “sinal de alerta” para o diagnóstico, como a sensação de aperto na região do tórax, conhecido como “abraço da esclerose”, além de dor intensa e intermitente em um dos lados da face. “É fundamental compreender que muitos dos indícios relacionados à esclerose múltipla são comuns em outras condições e, eventuais dormências e formigamentos, de curta duração, podem ocorrer em pessoas normais. O diagnóstico exige a realização de uma anamnese e exame físico minucioso, além de exames complementares como ressonância magnética, entre outros”, esclarece. 

Dados epidemiológicos e perfil 

Estima-se que no Brasil 40 mil pessoas possuam o diagnóstico de Esclerose Múltipla. Sobre o perfil, os estudos indicam que a maior prevalência se concentra nas mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade. “Um dos maiores problemas dessa doença é que afeta uma população jovem, com uma vida inteira pela frente. Pessoas que querem vínculos sociais, sucesso profissional, construir família. Com o diagnóstico precoce e os tratamentos atuais, todos esses planos seguem como possíveis”, destaca o especialista.

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