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Ciência

Inca participa de pesquisa para ampliar diversidade genética latino-americana

Projeto pretende aumentar variedade em bancos genéticos do mundo e avançar no controle de doenças como o câncer

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Inca participa de pesquisa para ampliar diversidade genética latino-americana (Foto: Divulgação)
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Inca participa de pesquisa para ampliar diversidade genética latino-americana (Foto: Divulgação)

Pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde (MS), e outros nove especialistas de países americanos esperam mapear células do sangue e do tecido da vesícula biliar de diversas populações de seis países das Américas. Objetivo é ampliar a rede internacional de pesquisas para aumentar a variedade de dados genômicos em bancos mundiais desse tipo e avançar na erradicação e controle de doenças, como o câncer.

A expectativa para os próximos três anos é avaliar dados genéticos das células de pessoas que vivem no Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e os latinos que moram nos Estados Unidos. São análises importantes para entender melhor por que alguns ancestrais específicos são mais susceptíveis a certas doenças.

De acordo com dados da Rede de Ancestralidade do Human Cell Atlas (HCA), 80% dos dados genômicos dos bancos no mundo são de pessoas com ascendência europeia. “Os países da América Latina são reconhecidamente os mais ricos em diversidade étnica e genética entre ancestrais indígenas e de demais continentes. O Brasil, por exemplo, tem uma miscigenação e diversidade única”, esclarece Patrícia Possik.

O trabalho faz parte do projeto Um Mapa de Células Humanas da Diversidade Latino Americana que venceu o edital de financiamento do programa Redes de Ancestralidade da Chan-Zuckerberg Initiative (CZI) para Human Cell Atlas (HCA). O INCA integra o estudo com a líder do grupo de Biologia Funcional de Tumores do Instituto, Patrícia Possik. Outra brasileira, Patrícia Severino, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, também participa do grupo de pesquisadores.

“Os ancestrais latino-americanos, que têm sido sub-representados em estudos genômicos, podem conter padrões de expressão específicos da população não descobertos no nível celular. Sem a caracterização desse povo pouco estudado, o desenvolvimento de estratégias de saúde global fica limitado e as desigualdades só tendem a aumentar”, explica Luis Felipe Ribeiro, coordenador de Pesquisa do INCA.

Ao todo, foram 16 projetos selecionados representando 31 países diferentes, com pesquisadores e especialistas em áreas como biologia de célula única, biologia celular e molecular, bioinformática e engajamento com comunidades.

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