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Ciência

Mortalidade por câncer de colo do útero nas adolescentes cresce 14% na faixa etária entre 15 e 19 anos

Especialistas da rede Americas abordam a importância do diagnóstico precoce no Março Lilás, mês de conscientização sobre prevenção e formas de cuidado ao problema

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Mortalidade por câncer de colo do útero nas adolescentes cresce 14% na faixa etária entre 15 e 19 anos (Foto: Freepik/ Divulgação)
Mortalidade por câncer de colo do útero nas adolescentes cresce 14% na faixa etária entre 15 e 19 anos (Foto: Divulgação)

De acordo com os dados da base do sistema do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), o número de adolescentes diagnosticadas com câncer de colo do útero cresceu nos últimos anos. Apesar de uma incidência ainda baixa nessa faixa etária (de 15 a 29 anos), diferentes estudos apontam uma maior agressividade ou um prognóstico mais complexo para o carcinoma de colo uterino em mulheres jovens. O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais incidente entre as brasileiras, segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para esse ano, mais de 17 mil novos casos da doença são estimados -, o que equivale a 13, 25 casos a cada 100 mil mulheres.

A exposição precoce a mais de um tipo de papilomavírus humano (HPV) e a provável elevada prevalência do vírus em população mais jovem pode estar associada ao surgimento precoce do câncer de colo uterino. De acordo com Flávia Vasconcellos, oncologista pediátrica do Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, o aumento pode estar associado, entre outros fatores, a percepção equivocada de que o preservativo é apenas um método contraceptivo e não de proteção a diversas doenças.

Paulo Mora, oncologista clínico e Coordenador do Board de Ginecologia Oncológica do Oncologia Americas, reforça que a informação sobre o tema é de grande importância. “A prevenção do câncer de colo de útero é a melhor forma de cuidar da saúde. Hoje, há avanços na abordagem terapêutica, levando em consideração as características de cada situação. Dentre as opções cirúrgicas, para as doenças em fase inicial, se destacam as modalidades dos procedimentos minimamente invasivos, assim como o uso de tecnologias que nos permitam analisar de forma preliminar a verdadeira extensão da doença”, diz.

O especialista ressalta que, nos últimos anos, houve um crescimento de medicamentos para o tratamento do câncer avançado ou recidivas (retornos), quase sempre com base na característica biológica e molecular. “ São fármacos baseados na biologia tumoral ou nos alvos moleculares descobertos no câncer de colo uterino, que aumentam a eficiência dos tratamentos e geram ganhos reais para as pacientes”, explica.

Flávia diz ainda que a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não reduz a importância do uso de preservativos e do acompanhamento em consultas de rotina. “A vacina representa um avanço, sem dúvidas, mas estar atento às orientações às nossas jovens quanto a esses e outros males é fundamental, porque é melhor evitar que se tenha a exposição ao vírus. Hoje, podemos dizer que o câncer do colo do útero é o único com vacina disponível para prevenção, mas existem medidas que também podem ajudar na luta contra esse tipo de tumor, especialmente, nas mais jovens”, finaliza.

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