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Ciência

Por que os brasileiros amam reality show? Psicóloga explica

Compartilhar conhecimento entre grupos através de signos, sejam eles verbais, gestuais ou por meio de arte pintada nas cavernas, é uma questão de sobrevivência da espécie

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Por que os brasileiros amam reality show? Psicóloga explica (Foto: Divulgação)

Há mais de 20 anos que os brasileiros se reúnem em frente à televisão para acompanharem o Big Brother Brasil. Mas por que as pessoas se interessam tanto em ver a vida alheia na TV? Segundo a psicóloga Maria Rafart há uma explicação. A profissional disse que há vários estudos de Psicologia e Antropologia sobre a fofoca. Sim, o ato de fofocar estaria vinculado à própria história da Humanidade.

Ainda de acordo com Rafart, compartilhar conhecimento entre grupos através de signos, sejam eles verbais, gestuais ou por meio de arte pintada nas cavernas, é uma questão de sobrevivência da espécie.

“Vamos observar as crianças: quando são pequenas, sabemos que não podemos contar um segredo a elas, porque elas o compartilharão com grande facilidade… Crianças têm essa espécie de necessidade de compartilhar informações, e a ciência aponta isso como um marcador da evolução de nossa espécie: a troca de experiências individuais tornaria o coletivo muito mais forte”, iniciou a explicação.

Maria Rafart, psicóloga (Foto: Divulgação)

Na vida adulta, a psicóloga disse que aprendemos a nos fechar, e entendemos que o mundo interno e o externo não podem estar tão conectados assim. Mas permanece a necessidade de saber a respeito do outro, daí a fofoca começar a ocupar um lugar de ‘segredo compartilhado’.

“O jornalismo especializado em celebridades vive exatamente dessa curiosidade secreta que a vida privada alheia desperta. Um reality show, com as câmeras ligadas o tempo todo em comportamentos dos seus integrantes, passa a satisfazer nossas necessidades infantis de fofoca, pois é como se nos tornássemos crianças de novo, sem filtros para olhar, pensar e criticar o quanto quisermos. O sucesso tremendo desses programas baseia-se, então, na criança sem censura que todo mundo ainda possui dentro de si”, encerrou Rafart.

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