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Ciência

Programa estadual de cirurgia bariátrica completa uma década e ganha mais quatro polos

Meta é ampliar oferta, reduzir as doenças provocadas pela obesidade, além de buscar zerar a fila

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(Foto: Reprodução)

Meta é ampliar oferta, reduzir as doenças provocadas pela obesidade, além de buscar zerar a fila
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O Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica, que está comemorando nesta nessa terça-feira (01) o aniversário de 10 anos, será ampliado. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Alex Bousquet, quatro novos polos para cirurgia de redução de estômago serão implantados: Metropolita I, Médio Paraíba, Noroeste e Metropolitana II.

“Hoje, no Estado do Rio de Janeiro existe um fila de espera por cirurgia bariátrica de 5.500 pessoas. O objetivo é desenvolver uma política de enfrentamento à obesidade, promovendo saúde e bem-estar nesta parcela da população que apresenta obesidade mórbida. Com isso, vamos reduzir as doenças metabólicas como, diabetes, hipertensão, dislipidemia (elevação de colesterol e do triglicerídeos), esteatose hepática (gordura no fígado), além de problemas articulares e de apneia do sono”, afirma Bousquet.

Com a criação de quatro novos polos, além de ampliar o cuidado a pessoas superobesas, a expectativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é reduzir drasticamente a fila por cirurgia bariátrica ou zerar. Outro ponto positivo, é ofertar o atendimento em unidades mais próximas das residências dos pacientes, evitando grande deslocamentos. Atualmente, apenas o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na Zona Norte, realiza o procedimento.

Hospital Estadual Carlos Chagas é referência em cirurgias

As operações começaram em um cenário onde eram realizadas apenas 20 intervenções por ano, em média, pelo SUS, e passaram para 480 operações de redução de estômago feitas pelo estado. Hoje, o programa é o mais importante da rede pública brasileira e o único a oferecer o procedimento pelo SUS por videolaparoscopia, que é minimamente invasivo. Nessa luta contra a balança, 3200 pacientes já tiveram as vidas transformadas, e deixaram para trás 157 toneladas de peso excedente. Desde a retomada das cirurgias, no dia 13 de julho deste ano, 80 pessoas já realizaram o procedimento.

O próximo a recuperar os benefícios de uma vida saudável será João Rafael Zippel, técnico de Mecânica Industrial, morador de Seropédica, que deu entrada no programa em 2019, com 270kg, e este ano, em meio à pandemia, perdeu inacreditáveis 100kg.

“Encontrei na cirurgia bariátrica uma motivação e, com muito esforço, perdi mais de um terço do meu peso e controlei a compulsão, mesmo com o confinamento ao seguir as orientações da equipe multidisciplinar. Quero ter uma vida normal, sem discriminação e conseguir uma vaga no mercado de trabalho”, relata o paciente, de 28 anos, que está na fase de realização de exames para a cirurgia prevista para ocorrer ainda este ano.

Como se habilitar para a cirurgia

Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica pelo SUS, o paciente deve procurar atendimento em uma Clínica da Família próxima da residência para que um médico avalie a necessidade da cirurgia. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central Estadual de Regulação (CER), que encaminha o pedido de forma online. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada.

Antes da cirurgia, há um rigoroso programa de preparo obrigatório, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, nutricionista e psicólogo). A idade para realização do procedimento varia dos 16 anos aos 65. Após o procedimento cirúrgico, os pacientes ainda são acompanhados por cinco anos no Hospital Estadual Carlos Chagas.

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