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Ciência

Tuberculose mata (quase) tanto quanto a covid-19

Novo teste que facilita identificação da doença agora será oferecido pelo SUS e reembolsado pelos planos particulares

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(Divulgação)

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De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem hoje duas bilhões de pessoas infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis sem saber, o que corresponde a um terço da população mundial. A maioria dessas pessoas sequer sabem que estão infectadas, mas seguem transmitindo a enfermidade. Dentre elas, 9 milhões desenvolverão sintomas da doença e, deste, 2 milhões morrerão a cada ano. Ou seja, quase tanto quanto o covid-19, que em um ano matou 2,5 milhões de pessoas.

O mês em que temos o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24), começa com uma boa notícia: um novo exame que avalia a tuberculose latente (sem sintomas) de forma mais rápida e simples agora será oferecido pelo SUS e reembolsado por planos de saúde (em laboratórios particulares).

O teste interferon-gama – com resultado em 7 dias – chega com a premissa de acabar com a metodologia obsoleta utilizada no SUS – o tuberculínico PPD, que ocorre em duas etapas: uma para aplicação do teste e outra para leitura e interpretação do resultado, gerando demora no diagnóstico. “Com o interferon-gama, o processo será mais ágil. O paciente precisará se deslocar apenas uma vez ao laboratório”, ressalta Bárbara Pereira, especialista em Imuno hematologia pela UFRJ e biomédica responsável pelo setor de análises clínicas do Lach, laboratório e clínica.

 

A especialista ressalta que o novo método avalia o desenvolvimento da tuberculose latente, amplia a orientação clínica para o diagnóstico e diminui o aumento no número de casos. “Diversos estudos apontam que cerca de 20% dos doentes não são diagnosticados e, muitos casos somente são descobertos após a internação ou óbito. Ter o exame disponível na rede privada com a facilidade de reembolso e, em poucos meses, ter também disponível pelo SUS, vai frear a contaminação de uma das enfermidades mais antigas do mundo”, explica Bárbara.

Bárbara Pereira, especialista em Imuno hematologia pela UFRJ e biomédica responsável pelo setor de análises clínicas do Lach, laboratório e clínica (Divulgação)

 

Hoje o Brasil é o 18º lugar entre os países com o maior número de casos de tuberculose em todo o mundo. O Rio de Janeiro se destaca no quadro nacional por apresentar, historicamente um elevado número de casos e altos níveis de contaminação pela a doença, especialmente em áreas de grande concentração populacional, como o Complexo do Alemão e a Rocinha com a média de 12 mil novos casos por ano e uma incidência de 85 doentes para cada 100 mil habitantes. Isso representa 20% das notificações no Brasil. Ou seja, mais que o dobro da média nacional, de 40,8 casos por 100 mil, e 700 óbitos notificados anualmente.

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