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Ciência

Varizes nos pés: descubra se o salto alto pode ser vilão ou mocinho dos casos

Angiologista aponta que quadros podem ser até 4 vezes mais frequentes em mulheres

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Varizes nos pés: descubra se o salto alto pode ser vilão ou mocinho dos casos
Varizes nos pés: descubra se o salto alto pode ser vilão ou mocinho dos casos (Foto: Divulgação)

Foi-se o tempo em que tratar varizes significava fazer uma cirurgia, passar por anestesia, internação e ficar mais de 30 dias em repouso. Hoje, com o avanço da medicina, alternativas minimizam o desconforto e possibilitam uma rápida volta à rotina.

Estudos da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) mostram que elas são cada vez mais comuns a partir dos 30 anos de idade. Os mesmos apontam que são até quatro vezes mais frequentes em mulheres e isso deve-se a predisposição genética, assim como a obesidade, sedentarismo, histórico de trombose, traumas, uso de anticoncepcionais e a longa permanência em pé, comum em algumas profissões.

Apesar de muito vistas atrás dos joelhos, elas também podem aparecer nos pés e surgem devido à pressão venosa do corpo. “São muito comuns em pessoas que têm refluxo de safena ou ‘varizes internas escondidas’”, aponta o angiologista Thiago Rocha, especialista em cirurgia vascular.

Elas podem ocorrer na idade mais avançada, próxima à menopausa, podendo acometer também os homens, pois ambos os sexos têm esses refluxos que pressionam as veias nos pés. Para quem não dispensa um salto alto, a boa notícia é que ele não vai aumentar o número de varizes, como explica o angiologista.

“O que ocorre é que toda vez em que está de salto, você não mexe a panturrilha, logo, evita-se o bombeamento do sangue. Porém, é importante enfatizar que ele não faz os vasos surgirem, mas faz os sintomas de quem já sofre com o problema piorarem. Para solucionar, basta variar durante o dia o salto com outros calçados mais baixos para que o sangue volte a circular”, explica o médico.

Os principais sintomas da inflamação nos pés são os mesmos das varizes internas: dores, cansaço e peso nas pernas. “Mas, na verdade, ela tem uma distribuição anárquica, não fixa, podendo aparecer em qualquer lugar do corpo. Quando estão nos pés, é comum que a causa sejam veias internas na perna, podendo ser um alerta de um problema de circulação um pouco mais avançado”, pontua.

Dr Thiago Rocha ainda faz uma analogia ao caso “se a portaria do prédio estiver molhada por conta de um vazamento no sétimo andar, não adianta pegar um rodo e secar a portaria, tem que ir até o sétimo andar fechar o vazamento”. Então, geralmente para varizes dos pés, o essencial é classificar corretamente, através de exames, pois pode ser um problema mais sério do qual a pessoa não tem conhecimento.

“O ecodoppler ou exame de realidade aumentada, consegue identificar e solucionar os problemas. O melhor para os pés, especificamente, é o laser, mas ele sozinho não conseguirá resolver”, indica.

Os principais riscos, além do surgimento de feridas acima do tornozelo que nunca cicatrizam, é o desenvolvimento de úlcera venosa ou trombose profunda.

O diagnóstico precoce é realizado em uma consulta médica. Em algumas clínicas, já é possível fazer o exame de circulação, na mesma hora, e analisar se não existem veias internas, perfurantes ou refluxo de veias maiores, como a safena. A presença destes problemas internos pode sugerir que a pessoa poderia desenvolver trombose, úlcera ou piora das veias dos pés. O diagnóstico é essencial para evitar que o tratamento esteja focado em um fator que não é prejudicial, “dando tiro em um inimigo errado”, segundo o especialista.

A prevenção é causada por controle de peso, exercícios físicos que melhoram a circulação, elevar as pernas cinco vezes por dia, durante cinco minutos, e tratar regularmente com o seu angiologista. Com um bom diagnóstico, mesmo em um estágio mais avançado, é possível realizar o tratamento correto.

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