Charles Rodrigues
Mãe busca filho levado pelo pai e desaparecido há 4 meses no Rio
Isabel Cristina luta há quatro meses para rever o filho, levado pelo pai mesmo com guarda unilateral concedida pela Justiça.
A soldadora Isabel Cristina Atanazio Campos, de 40 anos, vive uma rotina de agonia e incerteza desde o desaparecimento do filho Aquiles Atanazio Chaves Barbosa, de 12 anos, levado pelo pai no bairro Engenheiro Leal, Zona Norte do Rio de Janeiro.
O desaparecimento ocorreu após uma visita autorizada em 8 de março de 2025, quando o pai deveria devolver o menino à escola dois dias depois. Desde então, mãe e filho não se veem.
Segundo Isabel, que tem guarda unilateral da criança desde 2023, o pai descumpriu a ordem judicial ao não devolver o menino. Diante da situação, ela acionou o Juizado da 1ª Vara de Família da Regional de Madureira, que autorizou busca e apreensão da criança.

Mesmo com três tentativas judiciais e autorização para uso de força policial, pai e filho continuam desaparecidos. Isabel relata que teme pela segurança do filho e se diz emocionalmente abalada.
Como está a mãe após o desaparecimento do filho?
A ausência do menino afetou profundamente a saúde mental de Isabel, que precisou se afastar do trabalho. “Fico içada a 30 ou 40 metros de altura e preciso estar muito bem de saúde para exercer a minha profissão. No momento, estou muito abalada. Do nada, me pego chorando”, relatou.
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Ela afirma não querer conflito com o pai da criança, mas apenas o retorno do filho. “Estou vivendo um pesadelo. Não quero briga, apenas o meu filho de volta”, desabafou.
A subtração parental é considerada crime no Brasil?
Sim. A subtração parental é crime previsto no artigo 249 do Código Penal e no artigo 237 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A pena pode variar de dois meses a dois anos de reclusão, e a prática é considerada retenção indevida da criança.

A Convenção de Haia também reconhece esse tipo de ato como ilegal, principalmente quando a criança é retirada de seu local de residência habitual sem autorização.
Que tipo de apoio a mãe recebeu até agora?
Isabel recebeu acolhimento do Movimento de Mulheres em São Gonçalo e foi encaminhada ao Programa SOS Criança Desaparecida, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA). A fundação tem atuado com suporte jurídico e psicossocial à mãe.
“O foco neste momento é encontrar a criança e garantir seus direitos”, explicou Luis Henrique de Oliveira, gerente do programa, que mobiliza uma rede de apoiadores para ampliar as buscas.
Informações sobre o paradeiro da criança podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou ao SOS Criança Desaparecida pelos números (2286-8337 / 98596-5296). O sigilo é garantido.
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