Pablo Oliveira
Prostituta famosa ganha nova versão com Isis Valverde no teatro
Atriz compra direitos da história que marcou a TV nos anos 90 e promete abordagem impactante da vida da socialite que virou símbolo de rebeldia femininaIsis Valverde, de 38 anos, decidiu dar um passo ousado na carreira ao adquirir os direitos da obra Hilda Furacão, escrita por Roberto Drummond. A atriz viverá a protagonista em uma peça teatral que estreia em 2026, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em seguida, a produção seguirá para outras cidades.
A história, baseada na vida de Hilda Maia Valentim, mostra a jovem que trocou o conforto da elite de Belo Horizonte pelos becos da zona boêmia. Lá, ela se tornou uma das prostitutas mais conhecidas da época. Sua trajetória desafiadora a transformou em símbolo de liberdade feminina e rebeldia contra os padrões sociais da década de 1950.
Sucesso que atravessa gerações
Essa não é a primeira vez que Hilda Furacão ganha destaque nacional. Em 1998, a TV Globo exibiu uma minissérie adaptada por Glória Perez, que contou com Ana Paula Arósio no papel principal. A produção teve enorme repercussão e reuniu grandes nomes, como Rodrigo Santoro, Thiago Lacerda e Danton Mello.
Desta vez, porém, a abordagem promete ser mais direta, intensa e contemporânea. Isis Valverde não apenas estrelará a peça, como também atuará na produção. Segundo pessoas próximas à equipe, a atriz deseja destacar temas que continuam relevantes: desejo, repressão, coragem e autonomia feminina.
Narrativa provocadora para novos tempos
Com o novo espetáculo, Isis busca resgatar a força atemporal de Hilda, mas também provocar reflexões. Afinal, ainda hoje, mulheres que desafiam convenções enfrentam julgamentos. A montagem pretende exaltar essa mulher que ousou viver à margem, longe dos rótulos e debaixo dos olhares conservadores da sociedade.
Portanto, não se trata apenas de uma releitura. É uma reconstrução artística e emocional da figura de Hilda Furacão, agora pelas mãos de uma atriz que também se tornou símbolo de independência e força. O teatro brasileiro se prepara para receber um furacão em forma de mulher — novamente.