Aposta esportiva cresce no Brasil e enfrenta desafio da ilegalidade - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Conteúdo especial

Aposta esportiva cresce no Brasil e enfrenta desafio da ilegalidade

Meta Description: Pesquisas revelam perfil do apostador, expansão da aposta esportiva e protagonismo carioca; medidas em curso buscam limitar publicidade e ilegalidade.

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
(Foto: Theo Decker/Reprodução/Pexels)

O mercado de aposta esportiva e jogos online no Brasil vive um momento de consolidação e debate intenso. Pesquisas recentes revelam quem são os apostadores, quais são seus hábitos e como o setor regulado e as apostas ilegais disputam espaço.

De acordo com levantamento divulgado por uma casa de aposta esportiva, a maioria dos jogadores é formada por homens (59%) e concentra-se na faixa de 25 a 40 anos (42,1%). Do ponto de vista socioeconômico, quase metade está entre as classes B1 e C1 (47%), confirmando que a classe média e média alta são protagonistas nesse universo.

Geograficamente, há predominância no Sudeste, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O nível de escolaridade também chama atenção: 9 em cada 10 apostadores têm, no mínimo, ensino médio completo, e 28% concluíram o ensino superior.

Já em termos de comportamento, 42% dos entrevistados afirmaram participar de apostas esportivas, sendo que 38% declararam utilizar essa atividade como complemento de renda, um dado que acende alertas para riscos de endividamento.

Crescimento acelerado do mercado

Em outro levantamento, realizado pelo PoderData, 36% dos brasileiros acima de 16 anos afirmam já ter feito algum tipo de aposta, o que representa 56,1 milhões de pessoas. Em outubro de 2024, esse percentual era de 24%, mostrando avanço significativo em apenas um ano.

O levantamento também revelou diferenças religiosas relevantes: 41% dos evangélicos afirmam já ter apostado, contra 34% dos católicos, apesar de o discurso oficial de muitas igrejas evangélicas ser contrário ao jogo.

O Ministério da Fazenda divulgou balanço mostrando que 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas de quota fixa no primeiro semestre de 2025, movimentando um gasto médio de R$ 983 por jogador. A receita bruta (GGR) foi de R$ 17,4 bilhões no período, com arrecadação de R$ 3,8 bilhões em tributos federais.

Além disso, foram pagos cerca de R$ 2,2 bilhões em outorgas e R$ 50 milhões em taxas de fiscalização. Paralelamente, mais de 15 mil sites ilegais foram derrubados desde 2024, como parte do esforço de combate ao mercado paralelo.

Cariocas se destacam na aposta esportiva

Os dados da KTO para agosto de 2025 mostram que os clubes cariocas foram destaque na aposta esportiva. Flamengo (5,43%), Botafogo (4,02%) e Fluminense (3,05%) figuraram entre os cinco times mais selecionados pelos apostadores no mês.

O futebol segue como a modalidade preferida, respondendo por mais de 88% das apostas realizadas, seguido de longe por tênis e basquete. Entre os campeonatos, o Brasileirão liderou, com 11,87% do volume, à frente da Série B (5,10%) e da Copa Libertadores (4,50%).

Já entre os jogos de cassino mais populares em agosto de 2025, os destaques foram Fortune Tiger, Fortune Rabbit e Fortune Dragon, todos acima de 25% de popularidade. Esses sucessos refletem a força dos jogos de slots, categoria que se mantém como a mais jogada, representando mais de 93% da popularidade no mês.

Logo atrás aparecem os crash games, liderados pelo Aviator, que conquistam espaço pela dinâmica rápida e pela possibilidade de ganhos exponenciais. A terceira categoria de maior relevância foi a roleta, especialmente na modalidade ao vivo, com forte adesão dos jogadores que buscam a experiência tradicional do cassino em ambiente digital.

Cerco às propagandas e à ilegalidade

O avanço do setor trouxe também preocupações legislativas. O Senado aprovou projeto relatado por Carlos Portinho (PL-RJ) que restringe severamente a publicidade de bets. O texto proíbe a participação de atletas, artistas e influenciadores em campanhas, além de vetar peças que associem a aposta esportiva a ascensão social ou sucesso financeiro. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.

Paralelamente, pesquisa do Instituto Locomotiva estima que sites ilegais representam entre 41% e 51% do mercado de apostas online no Brasil, o que equivale a até R$ 10,8 bilhões em perda de arrecadação por ano ao governo. A falta de clareza sobre quais operadores são autorizados leva 78% dos apostadores a não saber distinguir entre sites legais e ilegais.

O governo tem intensificado o combate às práticas irregulares. A Secretaria de Prêmios e Apostas firmou acordos com big techs para agilizar a remoção de anúncios ilegais em redes sociais e buscadores.

Além disso, há um trabalho crescente para mapear e fechar “contas-bolsão” utilizadas por fintechs e intermediários financeiros no suporte a casas não autorizadas. Só no primeiro semestre, foram encerradas 255 contas suspeitas, e identificadas até 400 ligadas a operações irregulares.

Consolidação do mercado regulado

O Brasil vive uma fase de consolidação do mercado regulado de aposta esportiva, mas ainda enfrenta o desafio da concorrência ilegal e dos impactos sociais da prática.

Por um lado, os dados mostram um setor em expansão, com forte adesão da classe média e popularidade em uma faixa etária sempre cobiçada pelo mercado publicitário. Por outro, a pressão política e regulatória aumenta, buscando equilibrar arrecadação, responsabilidade social e proteção do consumidor.

No cenário atual, o sucesso do mercado dependerá da capacidade de combinar inovação e entretenimento com regulação eficiente, transparência e estratégias que reduzam o alcance do jogo ilegal.

** Este conteúdo é de responsabilidade exclusiva do anunciante e não reflete necessariamente a opinião editorial da Super Rádio Tupi.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *