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Após se curar da Covid-19, cardiologista do Sírio-Libanês admite ter usado cloroquina e defende substância

Enquanto no Brasil o medicamento vem ganhando força no tratamento do novo coronavírus, médicos da Suécia baniram o uso por conta dos efeitos colaterais

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Dr. Roberto Kalil Filho, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês (Foto: Reprodução)

Dr. Roberto Kalil Filho, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês
(Foto: Reprodução)

Curado da Covid-19, o diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, Roberto Kalil Filho, revelou, após receber alta nesta quarta-feira, ter usado a cloroquina no tratamento da doença. Na semana passada, o médico chegou a apresentar um quadro de saúde grave, tendo quase que ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Meu estado geral era péssimo, foi discutido com a equipe vários tipos de tratamentos, dentre eles a hidroxicloroquina, e aceitei”, contou Kalil em entrevista a rádio Jovem Pan, nesta manhã. No entanto, apesar do resultado positivo no seu caso, o cardiologista fez questão de frisar o cuidado com o medicamento. Mesmo favorável a ministração da substância para pacientes hospitalizados por conta da Covid-19, o médico afirma que é preciso esperar os resultados dos estudos científicos para saber o real efeito da cloroquina no tratamento da doença.

“Pela ética médica, não quero influenciar outros tratamentos. É uma responsabilidade muito grande”, destacou. “Minha opinião é que, independentemente das ideologias, devemos procurar minimizar o dano à população e evitar mortes. Se existe medicação com evidências que pode haver benefícios, aliada a outras medicações, numa situação desta, tem que ser utilizada e pronto. Não tem conversa”, defendeu Dr. Kalil em seguida.

Todavia, para ele, a substância deve ser utilizada apenas por meio de profissionais de saúde. “Ciência acima de tudo, cloroquina é usada há décadas para outros tipos de patologias, de novo, a ponderação é que não dá para tomar cloroquina sem orientação médica, essa é a preocupação. Qualquer remédio pode ter efeito colateral. Recebi a medicação monitorado no hospital”, destacou.

Enquanto no Brasil a cloroquina vem ganhando espaço no tratamento de pacientes críticos e graves, além do apoio público do presidente Jair Bolsonaro, médicos da Suécia desistiram de usar a substância por conta dos efeitos colaterais.

Pessoas que fizeram a utilização do medicamento relataram terem sentido fortes dores de cabeça, perda de visão periférica, além de cólicas, pouco depois de começarem o tratamento. Além dos efeitos adversos registrados, as estatísticas ainda apontam que 1% dos pacientes podem registrar arritmia. Todo esse cenário fez com que a comunidade médica sueca desistisse da aplicação da cloroquina.

 

 

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