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ONG instala placas em homenagem à Heloísa, morta em ação da PRF, na Lagoa
Uma placa com o nome e a descrição do episódio foi instalada ao lado de outras 34, representando crianças que também foram vítimas de agentes de segurança
Representantes da ONG Rio de Paz estiveram na manhã desta segunda-feira (30) na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, para prestar homenagem à pequena Heloísa dos Santos, de três anos, morta a tiros em setembro durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal no Arco Metropolitano.
Uma placa com o nome e a descrição do episódio foi instalada ao lado de outras 34, representando crianças que também foram vítimas de agentes de segurança desde 2020. “Os pais da Heloísa estão inconsoláveis, não é para menos. A gente vem para mais uma vez mostrar o nosso repúdio por esse que é o lado mais cruel e mais hediondo da violência: a que atinge as crianças”, afirmou o articulador social da ONG, João Luiz Silva.
Ele afirma esperar que a defesa das crianças esteja em pauta durante a reunião do governo estadual com ministros marcada para esta segunda-feira. “A gente espera que, nessa reunião, propostas da redução da letalidade, principalmente infantil, sejam faladas, que não somente uma política de segurança pública baseada em confronto seja pensada, porque mais confronto e mais violência só tem levado ao aumento do número de crianças mortas no estado do Rio de Janeiro”, apontou Silva.
A cúpula do governo estadual vai se reunir com alguns ministros, em Brasília, para tratar da criação de uma força-tarefa com o objetivo de combater o crime organizado no Rio de Janeiro. O encontro terá a presença de representantes do governo do Rio e dos ministros da Justiça, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa.

Heloísa dos Santos morreu após nove dias internada. A pequena completaria quatro anos nesta terça-feira (31). Ao todo, 12 crianças foram mortas por agentes do estado este ano.
Desde 2007, o Rio de Paz contabiliza as mortes por balas perdidas de crianças de 0 a 14 anos no estado do Rio. Em 16 anos, já são 103 vítimas, a maioria negra e pobre, atingidas em confrontos entre policiais e criminosos e em ações de bandidos de facções rivais nas favelas.
O mural foi criado em 2015 após a morte do médico Jaime Gold, vítima de latrocínio na Lagoa Rodrigo de Freitas.