Economia
Brasil discute retorno do horário de verão para economizar energia
Entenda os motivos.
O debate sobre o possível retorno do horário de verão ganha força no cenário nacional devido ao crescimento expressivo no consumo de energia elétrica registrado em diversas regiões brasileiras. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o consumo de eletricidade bateu recorde em janeiro de 2025, impulsionado principalmente pelo uso intenso de aparelhos de refrigeração em períodos de altas temperaturas.
O horário de verão consiste no adiantamento dos relógios em uma hora durante parte do ano, com o objetivo de melhor aproveitar a luz natural e reduzir a demanda energética nos horários de pico. Essa medida, que vigorou no Brasil de 1931 até 2018, volta à pauta como alternativa para enfrentar desafios no setor elétrico, especialmente em períodos de forte calor e demanda elevada.
Como o horário de verão pode influenciar o consumo de energia?
Estudos recentes aprofundam a análise sobre o impacto do horário de verão na economia de eletricidade. Um levantamento realizado pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP em 2023 demonstrou que, em estados do Sudeste e Centro-Oeste, a adoção da mudança de horário resultou em redução entre 2% e 5% no consumo residencial entre 18h e 21h, justamente no pico do uso de energia.
Entre os principais argumentos para a volta da medida estão:
- Redução da sobrecarga no sistema elétrico: diminui riscos de apagões nos momentos de maior demanda.
- Eficiência energética: permite o aproveitamento máximo da luz solar no período da tarde e início da noite.
- Menor emissão de poluentes: ao evitar o acionamento de termelétricas, reduz-se a emissão de CO2, conforme apontado no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2024.
No entanto, especialistas ponderam que a adesão ao horário de verão apresenta maior eficácia em regiões onde o consumo é mais concentrado no fim da tarde. Além do fator energético, mudanças podem afetar hábitos sociais e biológicos da população, exigindo amplo debate. A decisão sobre a retomada da mudança de horários segue em análise pelos órgãos reguladores e pode ser uma peça estratégica em períodos críticos do setor elétrico no país.