Em agosto, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem realizada pelo instituto de pesquisa da FGV. O resultado apresenta piora das avaliações sobre a situação atual, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses se mantêm estáveis. O Índice Situação Atual (ISA) e recuou 1,0 ponto, para 88,5 pontos, menor patamar desde junho de 2020 (79,2 pontos).
Enquanto o Índice de Expectativas (IE) se manteve no patamar de 94,4 pontos. Entre os quesitos que integram o ISA, o que mais influenciou a queda no mês foi o que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios ao retroceder 2,7 pontos, para 88,9 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (86,9 pontos).
Em menor proporção, o indicador que mede o nível atual de demanda caiu 0,9 ponto, para 91,5 pontos. Após acumular três resultados negativos, o nível de estoques recuou 0,9 ponto para 113,6 pontos, apesar da ligeira melhora, o indicador continua acima do observado em julho de 2020, ainda sobre os efeitos do lockdown e acima de 100 pontos, indicando estoques acima do desejável.
Com relação às expectativas, há uma melhora das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes, mas um aumento do pessimismo em relação às perspectivas dos negócios num horizonte maior, de seis meses.
O indicador de produção prevista subiu 1,6 ponto para 94,7 pontos, recuperando parte das perdas sofridas em julho, e o que mede as perspectivas sobre as contratações cresceu 0,9 ponto para 101,0 pontos, se mantendo ainda em patamar otimista.
No sentido contrário, a tendência dos negócios para os próximos seis meses, após duas altas consecutivas, caiu 2,4 pontos, para 87,9 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria se manteve relativamente estável ao variar -0,2 ponto percentual no mês, para 80,8%.
“A confiança da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo influenciada pela piora da percepção sobre o momento e estabilidade em relação às expectativas. Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual que sustenta ainda taxa de juros e endividamento nas famílias em patamares elevados, dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo. Para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho.” comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
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