Economia
Crédito fácil e consignado viram armadilha para idosos no Brasil
Milhões de idosos no Brasil já sofrem com dívidas e a lei tenta dar fôlego
Em 2021, uma medida legislativa trouxe um alívio significativo para a população idosa do Brasil ao sancionar a Lei do Superendividamento. Este dispositivo não exime os idosos do pagamento de suas obrigações financeiras, mas promove condições mais justas para a renegociação de dívidas relacionadas ao consumo. O objetivo principal da lei é fornecer aos idosos facilidades como prazos de pagamento estendidos e redução de juros, permitindo um equilíbrio financeiro mais saudável.
Entre os destaques da lei está a proteção contra cobranças agressivas e a exigência de transparência em contratos. A legislação estabelece ainda que idosos não podem comprometer mais de 25% de sua renda mensal em pagamentos de dívidas, garantindo assim que eles mantenham condições adequadas para cobrir suas despesas básicas. Essa providência é crucial para evitar que os idosos tenham sua qualidade de vida reduzida devido a obrigações financeiras.
Quais as limitações da Lei do Superendividamento?
Embora abrangente, a Lei do Superendividamento não se aplica a todas as dívidas. Estão excluídas das renegociações dívidas contraídas para aquisição de produtos ou serviços de luxo, contratos de crédito com garantia, financiamentos imobiliários, pensões alimentícias e crédito rural. Assim, os benefícios da lei são focados principalmente nas dívidas de consumo do cotidiano, como contas de água, telefone e internet.
Como os idosos podem buscar ajuda para renegociar suas dívidas?
Para os idosos que se encontram em situação de inadimplência, a lei recomenda a busca por ajuda em instituições como o Procon, a Defensoria Pública ou mesmo através da Justiça. Esses órgãos estão preparados para oferecer o suporte necessário para que os idosos possam reorganizar suas finanças de maneira eficiente e segura.
O panorama do endividamento entre os idosos no Brasil
O cenário do endividamento entre idosos no Brasil é preocupante. Em 2021, aproximadamente 16,9% dos inadimplentes no país eram pessoas com mais de 60 anos. Isso representa cerca de dez milhões de idosos enfrentando dificuldades financeiras, conforme os dados do Mapa de Inadimplência no Brasil, elaborado pela Serasa. Este crescimento do endividamento na terceira idade tem sido impulsionado por fatores como o crédito fácil e empréstimos consignados, que, embora ofereçam acessibilidade, também acarretam riscos de superendividamento.

Por que os idosos são um grupo vulnerável ao endividamento?
Os idosos constituem um grupo particularmente vulnerável em termos financeiros. Além dos riscos estruturais associados aos golpes e práticas abusivas, a limitação de renda devido à aposentadoria contribui para essa vulnerabilidade. Muitos se vêem atraídos por ofertas de crédito que, a princípio, parecem vantajosas, mas que, no longo prazo, podem agravar sua situação financeira. Este problema destaca a importância de legislações como a Lei do Superendividamento, que busca equilibrar a necessidade de crédito com medidas de proteção e justiça financeira para a população idosa.