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Economia

Em três níveis de reajustes, remédios podem aumentar até 10,08%

Pandemia do novo coronavírus afetou os custos dos medicamentos ao provocar uma crise mundial nos insumos de fabricação, conforme justificou o Sindusfarma

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Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Entrou em vigor nesta quinta-feira (1°) um novo aumento no preço dos remédios, que vai até 10,08%. De acordo com a Câmara de Regulação do Mercado (CMED), foram aprovados três níveis de reajustes e o Sindicato da Industria Farmacêutica (Sindusfarma), destacou que a pandemia do novo coronavírus influenciou diretamente nos valores que serão cobrados do consumidor, uma vez que houve encarecimento dos componentes farmacêuticos para a fabricação de medicamentos.

 

Foram definidos três percentuais de reajuste: o de nível 1 (10,08%), o de nível 2 (8,44%) e o de nível 3 (6,79%). “O enorme impacto econômico provocado pela pandemia de coronavírus resultou numa crise mundial de fornecimento de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e outras matérias-primas, além de aumentos nas tarifas de logística e numa forte variação cambial, esses fatores elevaram os custos de produção da indústria farmacêutica instalada no Brasil, em valores muito superiores aos esperados”, justificou o Sindusfarma.

 

Por conta do peso dos aumentos, o presidente-executivo do sindicato, Nelson Mussolini, orientou os consumidores a pesquisarem o melhor preço, uma vez que no balcão, sempre há diferenças. “É importante que o consumidor pesquise nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos. Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, observou.

 

 

Mas dois fatores ajudam a mitigar o impacto dos reajustes. Um é o desconto de fidelidade, no qual o cliente de uma rede farmacêutica é bonificado com percentuais de aumento menores ou até mesmo com a manutenção do preço antigo. Outro é o bônus do laboratório, quando o consumidor se inscreve num programa de pontos para obter um medicamento com descontos progressivos. Também há planos de saúde conveniados com grandes redes varejistas pelos quais se consegue comprar medicamentos um pouco mais baratos.

 

Só que para quem não lança mão de nenhum dessas possibilidades na hora de comprar remédios, o reajuste vem em má hora. Para Ranniel Oliveira, balconista de uma farmácia em Valparaíso de Goiás (GO), o reajuste vai bater forte no bolso. “O momento é complicado. Muitas pessoas estão perdendo emprego e não têm como custear os medicamentos com o aumento. A situação fica ainda pior para quem depende de medicamentos de uso contínuo”, explicou.

Já o universitário Júnior Nunes, 22, mostrou-se conformado com a subida nos preços dos remédios. “A elevação na demanda de medicamentos, por conta da pandemia, impacta no custo para adquirir o produto final”, disse.

 

Preço menor na gasolina não foi sentido

A redução de 3,71% no preço da gasolina nas refinarias anunciada há uma semana pela Petrobras não teve qualquer efeito nas bombas do país. Em março, pelo 10º mês seguido, o preço médio do combustível registrou variação positiva, com alta de 10,94%. Com isso, o litro foi vendido, em média, a R$ 5,727. As informações constam em levantamento feito pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

 

 

Obtidos por meio do registro das transações realizadas entre os dias 1º e 31 de março com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 25 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostram que as maiores altas foram registradas em Sergipe (13,09%) e Goiás (13%). Já as menores foram no Ceará (7,34%) e no Amapá (7,71%).

 

 

As capitais do Rio de Janeiro (R$ 6,099) e do Acre (R$ 6,091) foram as que apresentaram maiores preços médios em março. Já João Pessoa (R$ 5,215) e Curitiba (R$ 5,282), os menores valores.

 

 

No caso do etanol, Rio de Janeiro (R$ 5,199) e Rio Grande do Sul (R$ 5,168) registraram os maiores preços médios em março. Conforme o levantamento, em nenhum estado compensa abastecer o veículo com etanol. A opção só é vantajosa quando o litro do derivado da cana-de-açúcar custar 70% (ou menos) do que o da gasolina.

 

 

Em março, houve alta de dois dígitos nos preços dos combustíveis mais utilizados em automóveis praticados pelos postos de distribuição. Segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o etanol teve aumento de 17,97% mês passado em relação a fevereiro, chegando ao preço médio de R$ 4,599 por litro. Já a gasolina subiu 12,06%, a R$ 5,717.

 

 

O levantamento realizado na primeira quinzena de março já apontava que o etanol havia superado a marca de R$ 4. Com o fechamento do mês, o combustível foi encontrado pelo valor médio mais alto na Região Sul, a R$ 4,774 — o preço mais baixo estava no Centro-Oeste, a R$ 4,412. Para a gasolina, o preço médio mais caro foi registrado no Centro-Oeste, a R$ 5,800, e o mais baixo no Sul, a R$ 5,528.

 

 

Entre os estados, o Acre tem a gasolina mais cara do país, e registrou aumento de 12,44% nos preços, a R$ 6,166 o litro. O Amapá manteve a mais barata, a R$ 5,285, após o preço médio avançar 14,87%. A maior alta foi registrada em Roraima, de 15,69%.

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