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Economia

Levantamento revela que setor de comércio e serviços do Rio poderá desempregar 464 mil pessoas

Número é superior à população de 91% dos municípios do estado

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Imagem de Carteira de Trabalho
(Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil)

(Foto: Marcello Casal/ Divulgação: Agência Brasil)

Pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio revelou que os impactos do isolamento social imposto pela Covid-19 já chegaram no mercado de trabalho formal.

De acordo com o levantamento, 16,1% dos empresários do setor já demitiram funcionários. Outros 19% ainda pretendem demitir. O valor mediano do número de funcionários demitidos é igual a dois. Em termos absolutos, são 335.500 pessoas que foram ou serão demitidas.

O estudo mostra que o impacto negativo no mercado de trabalho se deve há dois fatores: queda da demanda percebida pelos empresários; e a insuficiência das medidas adotadas até agora pelo governo.

Medidas de apoio do Governo Federal

Dentre os empresários que conhecem integral ou parcialmente as medidas adotadas pelo governo federal para mitigar os impactos da crise, 74,2% afirmaram que as ações não são suficientes para atravessá-la.

Questionados sobre o principal motivo pelo qual não são suficientes, 28% afirmaram não ter conseguido acesso a principal medida anunciada pelo governo até agora para dar apoio aos empresários, que foi a destinação de R$ 40 bilhões para o financiamento da folha de pagamento.

Para o IFec RJ a resposta já era esperada. Em torno de 27% dos empresários do setor de comércio e serviços do estado do Rio de Janeiro empregam de 1 a 4 empregados.

É de se esperar, portanto, que a grande maioria fature menos de R$ 360 mil/ano, o que os exclui da medida anunciada pelo governo federal.

Desta forma, ficam excluídos da proposta aproximadamente 381.500 pessoas ocupadas (253.000 trabalhadores + 128.500 empregadores) no setor.

Outros 27,7% afirmaram que o acesso às medidas tomadas é burocrático, enquanto 27,3% acreditam que a quantidade de recursos disponibilizada até agora é insuficiente.

Adicionalmente, quase a totalidade dos empresários do setor (92%) perceberam uma redução na demanda pelos bens e serviços que oferecem.

As políticas hoje disponíveis são, portanto, insuficientes para garantir bem-estar a uma parte significativa da população fluminense. Conforme visto, a principal proposta do governo federal para auxiliar as empresas exclui 381.500 pessoas ocupadas no setor e poderá colocar no desemprego 464.000 pessoas (335.500 + 128.500 empresários). O contingente é superior à população de 91% dos municípios do estado do Rio.

A taxa de desemprego, hoje igual a 13,7% no estado, saltaria para 19% apenas em função das demissões ocorridas no mercado de trabalho formal do setor de comércio e serviços.

Importante ressaltar que a conta não inclui o contingente de informais que se viram desempregados quase que imediatamente depois do isolamento social.

O IFec avalia que pessoas físicas menos favorecidas e empresários de maior porte já foram de alguma forma comtemplados. Nesse sentido, já passou da hora dos microempresários serem atendidos também.

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