Conecte-se conosco

Economia

Qual a importância da educação financeira e emocional dos jovens

De acordo com a especialista Elainne Ourives, a falta destas disciplinas influencia no número de pessoas com menos de 24 anos endividadas no país

Publicado

em

Qual a importância da educação financeira e emocional dos jovens (Foto: Divulgação)
Qual a importância da educação financeira e emocional dos jovens

Os jovens brasileiros estão endividados. Segundo dados divulgados pela Constatação do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 12 milhões de pessoas entre 18 e 24 anos estão inadimplentes. Entre os fatores que contribuem para esse cenário em uma população que acabou de começar a vida financeira estão falta de conhecimento, entusiasmo com o poder de compra e desconsideração pelo ato de poupar.

A neurocientista Elainne Ourives se destaca por seus conteúdos relacionados a prosperidade e dinheiro, e afirma que essa relação desproporcional dos jovens com as economias é uma construção que vem desde a infância. A exemplo disso ela destaca, que a escola ainda possui uma diretriz curricular conservadora e conteudista, que não prepara o aluno para as necessidades adultas, em especial as financeiras.

“Nas escolas, a educação financeira ainda não é prioridade. Por isso, as pessoas ainda não sabem lidar com as finanças, nem em casa, nem na vida financeira ou profissional. Elas estão completamente perdidas com relação ao dinheiro, seu uso, função e a forma de conservá-lo em seus investimentos de modo assertivo, produtivo e constante”, analisa.

Apesar de ser lei, a educação financeira ainda não faz parte de grande parte das matrizes curriculares do país. De acordo com a Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF Brasil), o índice de educação financeira mais alto é no Norte, com 33%, seguido do Sul (32%), Sudeste (20%), Nordeste (8%) e Centro-Oeste (7%).

Educação financeira

Outro fator que impacta o cenário financeiro dos jovens é a mentalidade imediatista e do consumo: o brasileiro cresce com a mentalidade de operário e não de empreendedor. De acordo com Elainne Ourives, nessa cultura o jovem entende que a única forma de ganhar dinheiro é vendendo sua força de trabalho — na escola, o incentivo é escolher profissões como professor, engenheiro, médico, mas nunca ser o próprio chefe.

“O jovem entra no ciclo de trabalho e compra. Ele trabalha muito e depois usa os recursos para a satisfação momentânea, para atender seus ímpetos consumistas, sem muitos planos, ações estratégicas e visão sistêmica das coisas. Por isso, muitas vezes, aplica mal os próprios recursos, não tem qualquer organização financeira, não adere a qualquer medida de prevenção e proteção orçamentária, muito menos sabe como ou quais modalidades pode investir seus recursos, com a finalidade de aumentar e capitalizar financeiramente”, destaca a neurocientista.

Inteligência emocional nas finanças

A gestão dos sentimentos, assim como a educação financeira e empreendedora, também deveria entrar na educação básica dos jovens para evitar futuros endividamentos. “Ambos os conhecimentos estão interligados. Pois a primeira ação empreendedora que se deve aplicar é no autodesenvolvimento sob a perspectiva emocional. Para qualquer um alcançar o sucesso, primeiro essa pessoa precisa conhecer a si mesma, reconhecer as próprias emoções, saber lidar com os instintos mais profundos, para, então, organizar as ideias, planejar estrategicamente cada passo e empreender, nos mais variados projetos”, pontua.

Aprender sobre inteligência emocional ajuda a combater as crenças limitantes com relação ao dinheiro e à prosperidade. “Esse pensamento as bloqueia mentalmente e emocionalmente para viver a essência da prosperidade e ter uma relação boa com o dinheiro. Isso começa na cultura familiar e se estende para as escolas, para a mídia e política educacional. Por isso, toda mudança deve começar ainda na infância, na família, no modo de enxergar a prosperidade, as finanças e saber lidar com as objeções que surgirão ao longo da vida, no campo financeiro e profissional também”, defende.

Continue lendo