Educação
Escolas apostam na Bienal e no TikTok para engajar jovens na leitura
Com apoio das escolas, redes sociais e HQs premiadas, jovens lotam a Bienal do Livro Rio em busca de autores contemporâneosA Bienal do Livro Rio 2025 promete bater um recorde histórico ao receber cerca de 130 mil alunos das redes pública e privada, segundo estimativas da organização do evento. A presença massiva de jovens nos corredores do Riocentro é visível, muitos com listas de desejos literários formadas a partir de influências digitais, especialmente das redes sociais.
Entre essas plataformas, o TikTok se destaca com sua comunidade de leitores conhecida como BookTok, que vem desempenhando um papel central na formação de novos leitores. Autoras como Lynn Painter, com Melhor do que nos filmes, e Rebecca Yarros, com Quarta asa, estão entre os nomes mais procurados nos estandes, impulsionados pela popularidade viral nas redes.
Como as escolas têm incentivado a leitura entre os jovens?
O engajamento não é exclusivo do ambiente digital. Escolas têm adotado projetos literários alinhados aos interesses dos estudantes. Um exemplo é o Colégio pH, que inclui em seu currículo autores contemporâneos brasileiros e obras em formatos diversos, como histórias em quadrinhos.
Entre as leituras adotadas estão Arvorada, de Orlandeli, e Angola Janga, de Marcelo D’Salete, reconhecida por especialistas como uma das 100 obras essenciais da literatura brasileira do século XXI.
“Temos nossos livros paradidáticos, que são lidos e avaliados em sala de aula. A escolha dessas HQs se conecta diretamente ao perfil dos alunos”, explica Thiago Braga, gestor da área de Linguagens do Colégio pH.
Quem são os autores em destaque na Bienal do Livro?
A presença de Marcelo D’Salete, autor premiado com o Jabuti, o Eisner e o HQ Mix, é uma das grandes atrações da Bienal. Ele participará, no dia 20, às 14h, de uma conversa sobre narrativas negras com a escritora Eliana Alves Cruz, no Palco Café Literário Pólen.
Já o cartunista Walmir Orlandeli, finalista do Jabuti e também premiado com o HQ Mix, marca presença diariamente no espaço Artists’ Alley, onde interage diretamente com fãs e leitores interessados no universo das HQs.
Em um cenário onde a leitura disputa atenção com jogos, vídeos e redes sociais, o investimento das escolas aliado à força dos eventos literários mostra que a formação de novos leitores está mais viva do que nunca. Basta ver o tamanho das filas para entender que o interesse juvenil por literatura segue firme — e mais criativo do que nunca.