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Educação

Especialista explica como educação socioemocional pode ajudar no combate ao bullying

De acordo com especialistas em psicologia e educação, promover a empatia, a comunicação efetiva e a resolução pacífica de conflitos são componentes-chave para criar uma cultura escolar que desencoraje o comportamento agressivo

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Bullying (imagem: divulgação)

Após um ano marcado pelo aumento significativo no número de casos de ataques contra as escolas, instituições de ensino em todo o país planejam o próximo ano letivo buscando iniciativas para criar um ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

Em paralelo a esse movimento, o Senado também acaba de aprovar um projeto de lei que pretende criminalizar as práticas de bullying e cyberbullying, além de propor que sejam considerados crimes hediondos vários atos cometidos contra crianças e adolescentes, como a pornografia infantil, o sequestro e o incentivo à automutilação.

O projeto ainda segue para a sanção presidencial e, enquanto isso, o debate em torno da inclusão de programas de educação socioemocional na grade curricular vem ganhando destaque, afinal, esse tem se mostrado um caminho importante para a construção da “Educação do Futuro”.

De acordo com especialistas em psicologia e educação, promover a empatia, a comunicação efetiva e a resolução pacífica de conflitos são componentes-chave para criar uma cultura escolar que desencoraje o comportamento agressivo.

E é neste contexto que se destaca a educação socioemocional que busca não apenas fortalecer o aprendizado acadêmico, mas, também, proporcionar aos jovens e adolescentes ferramentas essenciais para lidar com seus sentimentos diante de desafios cotidianos, incluindo casos de bullying e cyberbullying, considerados recentemente como crime em proposta de lei aprovada pelo senado.

Para Caio Lo Bianco, CEO e idealizador do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, o maior desafio é: como trazer o socioemocional neste mundo cada vez mais veloz, sem perder o olhar para cada aluno, para cada história e para o que esse aluno tem a dizer?

“É importante estendermos o olhar para o fato de que o aluno que se corta, que comete um suicídio, ou que pratica o bullying, na verdade, age dessa maneira, muitas vezes, como uma encenação de fala. Essas encenações são discursos que não são ouvidos. Afinal, nossas instituições de ensino não estão oferecendo o recurso à fala para seus alunos e o que eles sentem acaba se manifestando de outra forma. Em contrapartida, escutar não é fácil. O professor não foi ensinado a escutar, e os adultos, muitas vezes, não dão espaço para essa escuta, porque não estão dispostos a ouvir certas coisas. Além disso, a escola não tem tempo para a escuta. Por isso, é tão importante que a gente resgate a possibilidade desses jovens falarem e serem escutados. E o socioemocional é, na verdade, a criação desses espaços seguros de fala e de escuta dentro de sala de aula e da escola”, explica Caio.

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