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Capital Fluminense

Jacarezinho ganha sala de leitura voltada ao público feminino com livros escritos por mulheres

O espaço conta com cerca de 200 obras e estará aberto à população de segunda a sexta-feira

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Leitura Jacarezinho
Leitura Jacarezinho

Moradora da Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, a dona de casa Caroline de Souza, de 29 anos, teve a chance de ler, nesta terça-feira (06), um trecho do livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus. Brasileira, negra e moradora de favela, a autora contou em livros suas histórias de superação. A leitura da Caroline foi a primeira a ocorrer em uma sala composta apenas de livros escritos por mulheres. A unidade foi aberta ao público nesta terça-feira pelo Governo do Estado e funciona dentro do Centro de Referência da Juventude do Jacarezinho.

– Ler livros escritos por mulheres pretas e faveladas é uma inspiração. Tenho seis filhos pequenos e uma rotina pesada, mas vou tentar passar por aqui (na sala de leitura) quando puder – disse a dona de casa Caroline.

Dentre os cerca de 200 títulos disponíveis no espaço, que está aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, podem ser encontrados nomes de autoras como Conceição Evaristo, Clarice Lispector e Djamila Ribeiro. A expectativa é que o local promova encontros de saraus, oficinas de cordel e bate-papo com autoras mulheres.

– A ideia é criar um ambiente de alta organização para essas mulheres terem acesso à literatura, à cultura e à arte, o que é importante para construção da sua autonomia e emancipação – destacou Allan Borges, coordenador do programa Cidade Integrada.

A aposentada Lilian Rose Silva, de 63 anos, que também mora no Jacarezinho, gosta de ler. No entanto, ela lembra que a leitura não é acessível a todos.

– Muitos não podem comprar livros, eu mesma gosto muito de ler e leio alguns livros repetidos. Aqui (na sala de leitura) terei conhecimento de outros livros – comemorou.

A criação da sala de leitura compõe o repertório de ações direcionadas especificamente para as mulheres, sobretudo mães, que chefiam mais de 70% das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. O dado foi revelado pelo primeiro censo de inadequação habitacional da história do Estado do Rio de Janeiro, iniciado em 2021 pela Subsecretaria de Habitação da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras.

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