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Boto-cor-de-rosa tem feminino? Veja o que a língua e a ciência dizem sobre isso
Existe feminino de ‘boto-cor-de-rosa’? A resposta vai te surpreender
A fascinante pergunta sobre o feminino do termo “boto-cor-de-rosa” desperta curiosidade entre estudiosos da língua portuguesa e admiradores da cultura amazônica. Usado para nomear o golfinho rosado que habita as águas do Rio Amazonas, esse termo composto desafia normas gramaticais e gera debates linguísticos e culturais sobre seu gênero e uso.
Por que boto-cor-de-rosa não possui forma feminina reconhecida?
De acordo com gramáticos, “boto-cor-de-rosa” é um substantivo composto cujo gênero é definido pelo núcleo “boto”. Por esse motivo, não existe uma forma oficialmente aceita como “bota-cor-de-rosa”.
Assim como em outras expressões como “peixe-espada” ou “beija-flor”, o feminino é expressado por combinações como “boto-cor-de-rosa fêmea” ou “a fêmea do boto-cor-de-rosa”.
O que dizem os principais dicionários e vocabulários da língua portuguesa?
Dicionários como Houaiss, Priberam e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) confirmam a falta de flexibilidade quanto ao gênero do termo, pois “boto” permanece invariável.
A diversidade e riqueza do português garantem uniformidade nesse caso, mantendo o padrão estabelecido e reconhecido pelas principais referências lexicográficas.
Existe um feminino popular para o boto-cor-de-rosa?
Em áreas da Amazônia, é possível ouvir a forma “a boto” para fêmeas, embora tal expressão seja informal e não reconhecida pela norma-padrão da língua.
Essa adaptação local demonstra como a linguagem se molda culturalmente, principalmente em regiões marcadas por tradições e forte oralidade. Veja, abaixo, algumas formas de referência à fêmea no uso informal e culta:
- “A fêmea do boto-cor-de-rosa”
- “O boto-cor-de-rosa fêmea”
- “A boto” (uso regional e popular)
A lenda influencia o uso do masculino?
A tradição oral amazônica, em que o boto se transforma em rapaz sedutor nas festas, reforça o uso masculino do termo e mantém esse gênero no imaginário coletivo.
Essa figura mítica contribui para a identidade cultural da região e fortalece o uso do masculino até mesmo na linguagem cotidiana local.

O termo reflete a interação entre língua, cultura e natureza
A palavra revela como o português pode se afastar da lógica estrita para abraçar expressões culturalmente marcantes, que carregam valores e histórias transmitidas por gerações.
O boto-cor-de-rosa, muito além da biologia, tornou-se símbolo cultural presente nas águas, lendas e narrativas do povo amazônico, perpetuando singularidades linguísticas valiosas.