Capotauro: descoberta do James Webb levanta novo enigma sobre o cosmos - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Entretenimento

Capotauro: descoberta do James Webb levanta novo enigma sobre o cosmos

Objeto detectado pelo James Webb pode ser a galáxia mais antiga já vista ou corpo frio na Via Láctea

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Telescópio James Webb no espaço sideral. Elementos desta imagem fornecidos pela NASA. Renderização 3D. Foto: depositphotos.com / Jbruiz

Astrônomos estão intrigados com a descoberta de um objeto misterioso detectado pelo telescópio espacial James Webb. Batizado de Capotauro, ele pode representar a galáxia mais antiga já observada ou, em contraste, um corpo frio dentro da própria Via Láctea, como uma anã marrom ou um planeta solitário.

O achado ocorreu durante o projeto Cosmic Evolution Early Release Science (CEERS), e o objeto recebeu o nome técnico CEERS ID U-100588. O apelido “Capotauro” faz referência a uma montanha localizada entre as regiões italianas da Toscana e Emília-Romanha.

Por que o Capotauro está intrigando a astronomia?

Capotauro. Foto: Giuseppe Capriotti &Giovanni Gandolfi. Nasa/Esa/Csa/JWST/CEERS

Os dados coletados pelo James Webb revelam uma queda abrupta de luminosidade em diferentes comprimentos de onda, o que levou os cientistas a duas hipóteses extremas.

No primeiro cenário, o Capotauro seria uma galáxia formada entre 90 e 100 milhões de anos após o Big Bang, correspondendo a um desvio para o vermelho de cerca de z~32 — o que estabeleceria um novo recorde cósmico. Isso significa que sua luz começou a viajar pelo universo quando este tinha menos de 1% da idade atual.

Se confirmada, a descoberta colocaria o Capotauro à frente da galáxia MoM-z14, cuja luz se originou 280 milhões de anos após o início do cosmos. No chamado “Calendário Cósmico”, que condensa 13,8 bilhões de anos em um único ano, ele teria surgido nas primeiras horas de 3 de janeiro — logo após o nascimento das primeiras estrelas.

Pode ser um corpo dentro da Via Láctea?

Outra hipótese aponta que o Capotauro pode não estar nos limites do universo observável, mas muito mais próximo de nós. Nesse caso, seria uma anã marrom extremamente fria, com temperatura abaixo de 300 Kelvin (cerca de 27 ºC), ou até um planeta flutuante sem estrela-mãe. Se essa teoria for confirmada, o Capotauro se tornaria o objeto subestelar mais distante e frio já detectado.

Os pesquisadores descartaram a possibilidade de o Capotauro ser uma galáxia próxima encoberta por poeira, já que seus dados espectrais apresentam padrões de luz completamente distintos.

O que dizem os pesquisadores?

O estudo, assinado por 27 astrônomos de diferentes países, foi publicado recentemente e aguarda revisão por pares. Segundo os autores, novas observações do James Webb e de outros telescópios serão essenciais para determinar a verdadeira natureza do enigmático objeto.

Independentemente do resultado, o Capotauro já se tornou um dos achados mais intrigantes da astronomia moderna, desafiando as fronteiras do conhecimento sobre a origem e a estrutura do universo.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *