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Celebridades

‘Ser gay não é menos ou mais importante de tudo o que eu sou’, desabafa âncora da GloboNews

Marcelo Cosme revelou não ser militante da causa, mas reconheceu o papel que exerce: "Nunca tive referências gays com apresentadores dentro do telejornalismo"

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Marcelo Cosme revelou não ser militante da causa, mas reconheceu o papel que exerce: "Nunca tive referências gays com apresentadores dentro do telejornalismo" (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Marcelo Cosme revelou não ser militante da causa, mas reconheceu o papel que exerce: “Nunca tive referências gays com apresentadores dentro do telejornalismo”
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O âncora Marcelo Cosme, da GloboNews, abriu o coração em uma entrevista concedida a revista Veja e desabafou que não quer ser reconhecido apenas como “o gay do telejornal”. Para publicação, o jornalista do Grupo Globo revelou não ser um militante ativo da causa LGBTQIA+ e frisou que a sua sexualidade é apenas uma parte da pessoa que ele é.

“Mesmo não sendo (militante da causa), eu tenho um papel fundamental. Nunca tive referências gays com apresentadores dentro do telejornalismo”, pontuou. “Eu sou o Marcelo, filho, pai, jornalista, gay, vizinho, cunhado, colega de trabalho. Ser gay não é menos ou mais importante de tudo o que eu sou”, emendou o jornalista.

O apresentador titular do “Em Pauta” ainda aproveitou para relatar como foi tornar público o romance com o médico Frankel Brandão.  “Quando falei isso no ar, repercutiu nas redes sociais. Mas quando sai do estúdio, ninguém falou nada comigo porque isso é natural na emissora. Ninguém é tratado como o gay, o negro, o gordo. Todo mundo é igual. Por que meus colegas podem falar que tem esposa, marido e eu não poderia falar que tenho namorado? Graças a Deus, aqui na Globo, me sinto muito a vontade”, contou Cosme.

Na sequência, o âncora ainda relembrou a repercussão do episódio. “Eu recebi uma enxurrada de mensagens positivas. Ganhei dez mil seguidores em um dia. A Sandra Annenberg e a Fátima Bernardes, que são dois ícones do telejornalismo brasileiro, me mandaram mensagens dizendo que o que eu fiz foi importantíssimo. Se elas me elogiaram, quer dizer que eu estou no caminho certo”, afirmou.

No bate-papo, Marcelo Cosme também detalhou como a sua própria família lida com os seus relacionamentos.  “Eu tenho um filho de 21 anos que se chama Eduardo. Fui pai com 19 anos. O Eduardo já conheceu dois namorados meus. O atual ele só conhece por videoconferência, e ele sempre levou tudo isso muito tranquilamente. Sinto que esta nova geração é mais tranquila com relação a isso. Ele nunca teve vergonha do pai ser gay, e ele tem uma namorada que também lida numa boa com isso”, assegurou.

“Eu namorei a mãe do Eduardo ainda na juventude. Depois que me separei dela, eu noivei com outra mulher e me separei também. Com 28 anos que eu tive coragem de ficar com o primeiro homem. Depois disso, ainda levou dez anos até contar para os meus pais, quando eu já tinha 38 anos. Mas só tenho essa vida plena mesmo, de uns dois anos para cá. Eu sou de Rio Grande, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, bastante conservadora. Só fui contar para a minha mãe que era gay em 2016 e para o meu pai, dois anos depois”, complementou.

Ainda durante a entrevista, Cosme também falou sobre o recente relato que fez ao vivo, durante um telejornal, contando que foi graças ao ator e comediante Paulo Gustavo que tomou coragem para assumir sua sexualidade aos seus pais. “Eu acabei meio que me emocionando porque eu acho que todo mundo tem que agradecer um pouco ao Paulo Gustavo. Eu agradeço porque quando ele colocou naquele filme de 2013 (Minha Mãe é Uma Peça), que ele (Juliano, filho da Dona Hermínia) conta para a mãe que é gay, aí a minha mãe contando que assistiu ao filme e achava graça. E naquela época eu não tinha me assumido para minha família”, disse.

“Eu pensava o seguinte: ‘Se a minha mãe, vendo uma mãe, aceitando um filho gay, rindo na TV, ela vai me acolher quando eu contar’. Aí quando eu contei pra minha mãe, ela falou o que hoje a gente ouviu ele dizendo na Ana Maria Braga, que a mãe dele falou: ‘Olha, a gente tem medo de que você sofra na rua, mas aqui dentro de casa a gente vai segurar as pontas’. Então como esse cara mexeu com a vida da gente e me ajudou. Porque eu falava: ‘Minha mãe ria dessa história, vai me acolher’. E se ele ajudou a mim, imagina quanta gente não ele não ajudou por aí”, concluiu.

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